John McCain... Ser De Direita Em Tempos De Populismo!
Filipe Vaz Correia
A Direita...
Aquela que me ensinaram desde pequena idade, aquela que aprendi a reconhecer como minha, está moribunda, adormecida por entre os populismos vigentes que parecem ter tomado conta deste panorama político.
Será que mudou tanto assim?
Parece que sim.
Quando há mais de uma década atrás surgiu o Tea Party no Partido Republicano, logo aí, cresceu em mim uma preocupação imensa, uma inquietude que me fazia despertar esse receio maior do bacoco populismo.
Hoje aqui estamos, confrontados com discursos esquizofrénicos e divisionistas, assentes em figuras sinistras, indiferentes à realidade, de mãos dadas com uma doentia forma de estar.
Este tipo de populismo demagogo vem entrelaçado com um escondido "ressabianço" de alguns que sentem ser este o momento para "saírem do armário".
Não importa mais, para alguma direita conservadora "chique", o que anteriormente importava, ou seja, as maneiras, a forma de estar, aqueles princípios que durante anos se ouviam serem os diferenciadores das "pessoas de bem".
O que agora importa é que digam algumas verdades, mesmo que essas verdades sejam hipócritas mentiras.
Cazuza um dia escreveu:
"Mentiras sinceras me interessam"
Estas verdades populistas têm pouco de sinceras.
Mas o que importa?
Vivemos num tempo de clivagens, de batalhas ideológicas irracionais, onde este tipo de "Partidos" se comportam como claques de futebol...
O que diriam, há uns anos, algumas pessoas de "bem" sobre claques de futebol?
Hoje são eles a comportarem-se como Holligans em noites de Klu Klux Klan.
Ao observar o que se passa nos Estados Unidos, o que sobrou depois de quatro anos de Presidência Trump, sobra em mim este medo maior desta diatribe de Extrema-Direita que ameaça esse futuro da Direita conservadora de antigamente.
Onde se poderiam encaixar Adriano Moreira, José Hermano Saraiva, Maria José Nogueira Pinto ou até o Professor Salazar, se fossem confrontados com os Venturas, as Marias Vieiras, os Mários Machados?
Este tipo de discurso populista é hoje aceite por alguns como um mal menor nesta luta contra a Esquerda, sendo que essa Esquerda está tão alargada que já abrange todos aqueles que simplesmente não concordam com eles.
Catalogar o Partido Democrata Americano, para os padrões Europeus, de Esquerda é mais do que populismo...
É simplesmente ignorância.
Enfim...
Olhando para o resultado dessa Direita, Extrema-Direita, nos Estados Unidos ou no Brasil, sinto que se torna imperiosa a necessidade de exclamar...
Não!
Não aceito que se confundam os valores de Direita com os tiques "Nazistas" de algumas aVenturas de percurso.
Acredito ser ainda mais imperiosa essa posição se fores de Direita, se cresceste na base de valores que jamais poderão ser misturados com este tipo de ideais.
Porque ser de Direita, pelo menos dessa Direita onde fui forjado, é precisamente o oposto deste tipo de populismos "popularuchos" que nos vão invadindo o quotidiano com a sua pestilenta demagogia.
Não me esqueço de John McCain, Senador Americano do Partido Republicano e Herói do Vietname, que tendo reconhecido o seu erro ao convidar Sarah Palin para sua Vice-presidente, sempre pautou a sua vida pela higiénica decência da verdade.
Quando questionado por uma sua eleitora, num comício, que acusava Obama de ser Muçulmano e não ter nascido nos Estados Unidos, lhe arrancou o microfone das mãos e o defendeu...
Imaginam Trump a fazer isto?
Não!
Porque o que separava McCain de Obama eram as políticas, os ideais, nunca a decência...
E isso faz imensa diferença.
Parafraseando o grande Marco António Villa, Historiador Brasileiro, para expressar esta experiência Bolsonaro:
"Não verás País nenhum!"
Filipe Vaz Correia