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sardinhaSemlata

Um espaço de pensamento livre.

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Um espaço de pensamento livre.

23.01.21

Caldeirada Com Todos... “Sónia Pereira”


sardinhaSemlata

 

 

 

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A tentação de N.

 

Encostada ao balcão, ela foi desfiando algumas das suas preocupações, tristezas, misturadas entre as aparentes banalidades das notícias da atualidade. Saudades dos netos, Covid isto, Covid aquilo.

 

"Os números são cada dia mais altos", "Por causa do bicho, há muito tempo que não os vejo", "Os meus netos gostam muito da minha comida.", "Quando será que isto passa?"

 

Cada palavra foi filtrada pelo acrílico colocado no balcão e pela máscara que usava, objetos que se impuseram no nosso dia-a-dia e capazes de transformar qualquer conversa, troca de confidência, em produto enlatado genérico, depurado de emoções.

 

Ouço. Talvez parte substancial do meu trabalho seja ouvir. Ouvir ajuda quem é ouvido, ouvir regenera, mas ouvir também fere, cansa pelo peso do que se ouve. Mas naquele dia, o mais certo é eu não ter ouvido, não ter ouvido com a clareza necessária, não ter interpretado o que ouvia, não ter sentido o verdadeiro peso das palavras por ela proferidas.

 

No dia seguinte ela suicidou-se.

 

Numa busca mental pela nossa última conversa, percebo, em retrospectiva, que parte do seu discurso apresentava algumas incoerências. Como justificação pela minha falta de atenção e consequente inação, sussurro-me que todos nós, volta e não volta, somos incoerentes, sem que isso seja sinónimo de nada mais do que cansaço ou distração. A minha justificação não ajuda, sinto uma culpa latente, como se tivesse perdido a oportunidade de dizer algo que pudesse ter feito a diferença ou talvez tenha mesmo dito algo que fez a diferença, mas no sentido inverso ao por mim agora pretendido.

 

Sobre mim paira a certeza de que não ouvi, não ouvi o que ela me dizia, falhei irremediavelmente. Paralelamente, sinto desconforto com esta culpa. Passei parte substancial da minha vida adulta a equacionar o suicídio. Penso nele, por norma, de uma forma muito racional, uma saída digna de uma jornada extremamente cansativa e medíocre. Sinto que o direito do ser humano sobre a própria vida é algo de indiscutível e não consigo perceber sequer o horror que isso parece causar em certas pessoas.

 

No entanto, num desgraçado paradoxo, choca-me que a N. tenha tomado essa decisão: decidir como e quando terminar a sua própria vida. Justifico o meu choque com uma desculpa: ah, mas ela tinha problemas de índole psiquiátrica, depressão, etc. Já se sabe que a doença mental é grande causadora da maioria dos suicídios. O teu suicídio hipotético não é dessa ordem. É mais uma coisinha de ordem racional.

 

Há em nós, seres humanos, uma qualquer qualidade, ou defeito genético, que nos leva a elaborações de proteção extrema da vida humana. É certo que embarcamos em guerras, genocídios, todo o tipo de vilanias que levam ao extermínio de muitas vidas, mas a nossa evolução ao longo dos tempos caminha no sentido dessa preservação. Claro que a preservação está ligada à identificação. Queremos preservar aqueles que nos são próximos, que "são como nós". A intrincada rede de laços familiares, a religião, o facto de sermos animais sociais, tudo contribui para considerarmos a vida como algo de intocável e, acima de tudo, precioso. Mas na realidade, não há nada de precioso na nossa existência. Somos quase oito mil milhões num planeta no meio de um sistema solar num canto de um universo sem fim. Oito mil milhões que coabitam mal com um número substancial de outras espécies animais e vegetais. Somos um nada. Mas consideramo-nos um todo e essa consideração salva-nos a vida.

 

Termos consciência de nós próprios, do que nos rodeia, da aleatoriedade da natureza, da nossa insignificância, tudo isso poderia, em teoria, levar-nos ao suicídio massivo, à extinção de uma espécie inteira. Mas as histórias com que nos embalamos, os medos de castigos divinos, os egos inchados da nossa assumida importância, salvam-nos. Pelo menos a alguns de nós.

 

Agora continuo a ouvir. Ouço os outros utentes em choque com o que ela fez. Numa localidade pequena tudo se sabe, tudo se adivinha, não há espaço para o mistério. Uma morte é um assunto, uma morte por suicídio leva a extremos de choque e curiosidade mórbida.

Na maioria deles, o choque está encharcado de incompreensão e até mesmo de uma certa ofensa. "Foi algo que lhe passou pela cabeça, um desvario", "Como é que ela foi capaz de fazer uma coisa daquelas?", "Por causa do que ela fez e ainda para mais nesta altura do ano, a família nunca vai recuperar do trauma", "Uma pessoa no seu estado normal nunca faria uma coisa daquelas", "Isto da Covid, não mata as pessoas de uma maneira, mata de outra", "Foi uma tentação do diabo, aquilo".

 

Ouço-os a todos e não sei o que dizer. Tenho a máscara no rosto e o acrílico sobre o balcão que sempre ajudam a mascarar a desorientação que também eu sinto. Profiro umas banalidades em resposta, mas sempre com o peso da possibilidade dessas banalidades serem a última coisa que terei a oportunidade de dizer àquela pessoa.

 

A vida, em suma, é tramada.

 

Sónia Pereira

 

 

 

 

22.01.21

Mal (Des)Necessário


JB


Hoje vou contar uma estória do meu querido avô Pedro.

Antes, um resumo da semana:

O Covid arrasa o sistema de saúde português; Costa arruína a reputação que ainda nos restava na Europa; Bruno Nogueira tenta salvar a cultura e a moral nacional e - por último, mas claramente em primeiro lugar relativamente à importância: - o Sporting em primeiro lugar!

Por algum motivo que me escapa, a óbvia incompetência de Costa (uma pessoa que noutros tempos e noutras circunstâncias elogiei) serve de combustível para os apoiantes de Ventura. Naquelas cabeças (em muitas delas pelo menos) a única maneira de combater o Costa e os seus boys é com o populismo e a demagogia do Chega. Não percebo, não concordo, acho a lógica sofrível. Ainda assim, o homem vai em segundo. Ponho-me a pensar: ninguém aprende? Não viram o que o Trump tentou fazer à democracia? Acham que eleger alguém que tem como um dos slogans de campanha "quero uma ditadura dos portugueses de bem", vai acabar como?

Hello?

Enfim, na eterna tentativa de compreender estas e outras pessoas procurei uma luz.

Como muitas vezes acontece, lembrei-me de uma tarde na Foz do Arelho, com o meu avô Pedro. 

O meu avô gostava muito de nos ensinar qualquer coisa, de nos surpreender com um novo ponto de vista e encontrar sentido onde aparentemente não havia. 
 Numa tarde de sol, ainda sentados à mesa, depois de um bom almoço, comigo sentado à sua direita atento às manchas da idade na sua mão, contou-me a estória de um Sr. muito particular e que eu hoje recordo assim:
"O Tozé trabalhava na sapataria Cristal há muitos anos. Pensava que já tinha visto tudo e que nada o surpreendia. Até que um dia...

Tozé - Boa tarde e bem vindo à sapataria Cristal, como é que o posso ajudar?

Cliente- Boa tarde! Estou à procura de uns sapatos de vela, tamanho 37.

O Tozé era um vendedor experiente, olhou de relance para os pés do cliente e disse:

-Tem a certeza? Desculpe a pergunta, mas já tenho muitos anos disto e o Sr. parece-me que calça no mínimo, um 41.

- Faça o que lhe disse! Traga-me o 37.

O Tozé retirou-se, voltou para o cliente com o tamanho 39, que não era bem o que ele achava ideal, mas também não era tão pequeno como o cliente tinha pedido. O cliente começa a experimentar os sapatos, e com dificuldade lá consegue pôr os seus pés grandes naqueles sapatos, claramente pequenos. Tozé tinha razão: o cliente calçava o 41 ou o 42 pelo menos. Para espanto absoluto do Tozé, o cliente anda um bocadinho, depois descalça-se e diz:

- Não foi isto que eu pedi. Traga-me o 37, se faz favor.

- Mas, meu caro Sr.! Se acabou de experimentar o 39 e estavam apertadíssimos, se trouxer o 37 ainda vai ser pior. Porquê? Porque é que o Sr. quer fazer isso?

-Faça o que lhe pedi, que eu explico-lhe.

Assim foi. O Tozé a contragosto foi buscar os sapatos de vela número 37. Entregou-os ao cliente que rapidamente os começou a experimentar. Entre grunhidos e suor; com persistência, força, muita pressão e uma resistente calçadeira prateada começou a pôr os sapatos. Tozé não queria acreditar no que estava a ver: com enorme esforço e dificuldade o cliente conseguiu calçar os dois sapatos.  Viu esse mesmo cliente, com os dedos dos pés contorcidos como uma gueixa japonesa, com gemidos de desconforto e titubeante a cada passo que dava, dar uma pequena e penosa volta pela sapataria, com esgares de dor e finalmente a sentar-se, com um notório alívio tirar os sapatos deixando ver os dedos já inflamados e olhar para si a exclamar:

-Perfeito, são mesmo estes!

-Meu caro Sr.! -o Tozé não aguentava mais- O Sr. é o cliente e compra o que quiser, mas por favor explique-me: tenho aqui tantos sapatos, de tantos tamanhos, porque é que o Sr. insiste em levar uns que quase nem consegue calçar?

- Vou-lhe contar. Sabe, o meu filho meteu-se nas drogas e  tive que o expulsar de casa porque ele me roubava. Triste com isso, saí à noite para afogar as mágoas e acabei por me envolver com uma musculada e sedutora mulher que vim mais tarde a descobrir que era um homem chamado Rodolfo. A minha mulher descobriu o sucedido e pediu o divórcio; ficou com tudo. Está agora a viver com um engenheiro informático, que era o meu melhor amigo e viraram a minha filha contra mim. Hoje quando saí do emprego, porque fui despedido, a minha filha liga-me a dizer que na realidade eu não sou o pai dela; que a mãe contou-lhe quando ela ainda era pequena. Elas sabiam há anos e tinham-me dito que ela era daquela côr por causa de uma condição médica na pigmentação da pele. Como se tudo isto não bastasse, chego a casa e percebo o meu peixinho morreu, e tudo indica que foi um suícidio. Compreende agora? A minha única alegria é chegar a casa, sentar-me e finalmente tirar os sapatos! Se não estiverem muito muito apertados, nem isso me resta.

Cheio de compaixão e empatia, o Tozé embrulha os sapatos e ainda lhe dá um grande desconto."


 Será essa a lógica dos que apoiam estes trastes? Se assim for temos que ser mais como o Tozé: cheios de compaixão e empatia, mas sobretudo dar-lhes um grande desconto. Afinal não sabemos o contexto de cada um.
 De qualquer forma, reconheço como verdadeiro que não apreciaria tanto um Biden se não houvesse um Trump. Não gostaria tanto do Varandas se não houvesse um Bruno de Carvalho. Não saberia tão bem àquele Sr. tirar os sapatos se não os usasse tão apertados. A questão é:

 Será necessário passar por isso? 

 

 

 

JB

 

21.01.21

Dar Sangue no Infarmed


Triptofano!

Hoje a sardinhada é breve mas de extrema importância, tendo em conta os tempos difíceis que vivemos.

Sei bem que o medo de sermos contaminados pelo demoníaco Covid é grande e que a ordem é para ficarmos dentro de casa, mas existem momentos em que temos de, com todas as precauções possíveis, ser Super-Heróis.

As reservas de sangue em Portugal estão a atingir níveis preocupantes, e não podemos permitir que mais esta variável abale a já extremamente frágil situação de saúde do nosso país.

Com vista a apoiar esta causa, o INFARMED disponibilizou as suas instalações à Campanha de dádiva de sangue promovida pelo Instituto Português do Sangue e da Transplantação.

Quem puder dê sangue. Neste momento o nosso gesto pode realmente salvar a vida de outro ser humano.

Dar Sangue no Infarmed

Dar Sangue no Infarmed

Dar Sangue no Infarmed

 

 

20.01.21

1 boletim, 8 nomes, 7 candidatos


Sarin

1 boletim de voto

A ferramenta de excelência das nossas eleições. Um boletim que nos dá o poder de livremente escolhermos os nossos representantes. Um boletim onde a Democracia nos pede que assinalemos com X aquele que, dia 24 de Janeiro, queremos ver eleito como Chefe deste Estado, desta República. Apenas um X na quadrícula.

Um boletim, um voto. Secreto, pessoal, intransmissível. Por isso a nossa lei eleitoral para a Presidência da República exigir que seja presencial, para que não haja qualquer hipótese de coacção no momento de votar.

Este ano as urnas foram aos Lares de idosos, como há muito deviam ir aos Lares e Hospitais. Foram aos lares dos confinados, como há muito deviam ir aos lares dos acamados crónicos. Foram, e ainda assim...

...houve quem não pudesse votar porque fechado o prazo de inscrição a 17. Burburinho, gritos de supressão de voto... não há muitos anos, o período de recenseamento tinha prazo.

Ninguém suporta dores de crescimento em plena pandemia.

 

...houve quem sussurrasse ao ouvido dos velhotes qual a figura a escolher.

Não suporto paragens de crescimento em plena democracia.

8 nomes

Eduardo Baptista, o desconhecido que nos entrou boletim adentro porque se declarou candidato. E eu concordo com a CNE: se, para enviar atempadamente os boletins para todos os lugares do mundo onde há portugueses recenseados, tinham de avançar antes de confirmadas as candidaturas pelo TC, então teriam de incluir o nome de todos os que entregaram proposituras, qual a dúvida?

Só não percebo porquê marcar as entradas das candidaturas para tão tarde... afinal, a Constituição diz que devem ser entregues até 30 dias antes, não diz que têm de ser entregues 30 dias antes.

Mas já está: 8 nomes, e um não vale. Vale ser o primeiro, e valerá por nulo o assim nulo candidato das 11 proposituras em vez das 7500. Há sempre quem prefira os eduardos batistas aos votos em branco, com medo de usurpações de voto. Não os censuro. 

7 candidatos

Todos debateram. Todos são conhecidos. Todos pertencem ao sistema, embora uns mais do que outros.

Ao contrário do que vou lendo, não me parece que Marcelo tenha a reeleição facilitada. Alienou a direita mais dura, que lhe não perdoa a sã convivência com o Governo dito socialista; disputa com Mayan a direita democrática, que preferirá votar em branco ou abster-se a assinalar qualquer candidatura à esquerda, apenas a dividi-los a liberalidade dos costumes e o Estado mais ou menos Social; disputa com Ana Gomes um PS fragmentado, a eterna ratoeira do centro mais ou menos liberal; e conta com um eleitorado mais temeroso da pandemia, que parece inclinado a não arriscar eventuais falhas de segurança sanitária nas quase duplicadas mesas de voto. Temo que dispute, também, a fidelidade dos católicos que se emocionam com as artes performativas de Ventura, abençoados sejam se me engano.

Já Ana Gomes tenta disputar votos a quase todos os candidatos, mas sendo o seu território natural o de Marcelo, acabou a disputar a 2 uma eleição que é a 7. Ventura, o actor sem coluna vertebral mas muita húbris e nenhum acaso, lançou o repto: "Demito-me se ficar atrás de Ana Gomes". Alguém acredita? Ana Gomes parece ter acreditado, pois apelou ao voto útil. Ana Gomes, a candidata que se lançou sem tentar diálogos com PCP e BE, apela agora à convergência. Uma convergência que apenas servirá Ventura, elevado a terceira ou quarta força política pela concentração do voto. Ventura, o aprendiz de Trump que precisa urgentemente de projecção internacional para consolidar a sua posição junto dos investidores, quero dizer, apoiantes.

O espaço de Ventura é o espaço dos fascistas e dos racistas. Será também o espaço dos que, alheados, não gostam "do sistema" e apreciam a energia da disrupção? Não, esses seguirão Vitorino Silva, Tino de Rans  procurando ser Tino para Portugal com eleitores seus por mérito próprio. Porque aqueles que querem mudança não votam no racismo e no fascismo para se sentirem mais seguros, não votam nas teias obscuras dos financiamentos para se livrarem da corrupção. Vitorino disputa com Ventura os eleitores descontentes, sim, e diria que disputam atenção entre normais abstencionistas; mas apenas Vitorino receberá votos dos democratas.

Marisa Matias e João Ferreira, nascidos em espaços ideológicos próximos, têm posturas distintas entre si. Ambos se sentem confortáveis entre o seu eleitorado natural, que naturalmente não se sobrepõe, mas propõem-se conquistar votos ao centro e à abstenção. Marisa convoca simpatias por ser mulher, o voto feminista antes do voto de cidadania a oscilar entre esta e Ana Gomes. João será o que mais consciência tem do cargo a que se candidata, o discurso claro a assumi-lo candidato à Presidência da República e não a deputado, mas o anti-comunismo primário dificilmente permitirá que lhe vejam outras qualidades que não o ser comunista. Aliás, Marisa também carrega o fardo de uma História mal contada e usada como espantalho - talvez um dia Hollywood deixe de ser a fábrica de redesenhar os séculos e o Ocidente se descubra diferente.

Entretanto, temos um Presidente para eleger no dia 24 e uma Democracia para defender todos os dias.

6 sondagens

Não sei se serão seis, perdoem-me a liberdade criativa. Mas têm sido várias. Com oscilações interessantes para Ventura, devo dizer. Tal como devo dizer

que são sondagens feitas pela amostragem mínima necessária para validar quaisquer sondagens nacionais,

e que são sondagens das quais geralmente se desconhecem as dispersões demográficas,

e que são sondagens cuja margem de erro não é despicienda -

falamos de entrevistas a cerca de 650 pessoas seleccionadas por critérios que não conhecemos e cuja extrapolação tem um erro na casa dos 4%. Demasiados e, e, e para que as considere fidedignas.

5 conselhos não solicitados

Votem

As filas de dia 17 resultaram da concentração de eleitores em mesas municipais. Dia 24 as mesas estarão espalhadas por todas as freguesias, como habitualmente, e não terão mais de mil eleitores por mesa. Demorará, sim, mas valerá a pena. Lembrem-se que houve quem esperasse 48 anos para votar. Houve quem nunca tenha tido direito de voto.

Saiam de casa preparados

Saibam onde votar. Levem canetas, máscaras, desinfectante. Levem água e bolachas, até um livro por prevenção. Mas vão. E mantenham a distância. E a saúde.

Não permitam que vos condicionem o voto

Sondagens são declarações de intenção, não são votos. Votem em quem acham ser mais capaz para representar a nossa República e para nos representar a nós, a todos nós. O voto útil será para uma segunda volta, o voto inútil não existe. Todos os votos contam.

Defendam a Democracia

Não há forma de defenderem a Democracia e os Direitos Humanos onde aquela se robustece a não ser votando em candidatos democratas. Foram muitas as ideologias que construíram a Democracia. O fascismo não foi uma delas.

Fiquem bem

Porque o postal vai longo e muito teria ainda a dizer, mas. Fica para outro dia.

Por isso, sim, fiquem bem, fiquem muito bem. Com uma música que pode servir de hino quando o Hino não serve.

 

 

18.01.21

EUA: O Futuro Está A Começar...


Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

Dia 20 de Janeiro de 2020 marcará um novo amanhecer, uma alvorada de esperança que se anseia possa mudar o "mundo".

Joe Biden tomará posse como Presidente dos Estados Unidos da América, após quatros anos de mandato de um dos mais tenebrosos Presidentes Americanos de que existe memória.

Biden encontrará um Pais absolutamente dividido, fracturado pelo ódio, esse crescente sentimento cultivado por um Presidente capaz de tudo para alimentar a sua base de apoio.

No Panorama BBC desta semana Barack Obama salientava essa divisão entre a América Urbana e Rural, nesse desfasamento de oportunidades e de evolução, como base para esse terreno de ódio  cultural...

E acredito que estará correcto.

Mas enfim...

Nestas palavras, linhas, uso a oportunidade para expressar a minha crença imensa nesse futuro que se aproxima, nessa ponte que creio se possa construir através do mandato de Joe Biden, numa busca reforçada por unir um Pais que aprendi a admirar.

Espero bem que o consiga fazer, a bem dos EUA, do mundo.

Neste caminho teremos de estar preparados para as sementes de ódio que ainda pululam, que energicamente desejam germinar, sabendo todos aqueles que não desejam esse retrocesso que importa, mais do que nunca, unir esforços para que jamais possamos assistir a alguém como Donald Trump sentado na Sala Oval, ou nas Salas Ovais desse mundo a fora...

O caminho é árduo, à esquerda e à direita, mas urge lutar.

Deixo neste texto as palavras de Arnold Schwarznegger, aquando da invasão do Capitólio, capazes de representar a singela esperança nesse destino maior que todos juntos deveríamos construir.

Boa sorte...

Mr. Biden!

 

 

Filipe Vaz Correia