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sardinhaSemlata

Um espaço de pensamento livre.

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08.02.21

Os Brasões do Império Ou A Hipocrisia Do Politicamente Correto?


Filipe Vaz Correia

 

 

 

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Os Brasões do Império...

Durante estes dias andou a correr uma petição para impedir que a Câmara  Municipal de Lisboa levasse a cabo o seu projecto de remodelação dos Brasões do Império, na Praça do Império em Belém, substituindo esse pedaço em evocação da nossa História por um qualquer relvado carregado de modernidade.

Porém não escrevo este texto para apelar a essa petição, até porque não creio que a mesma demova o Edil Lisboeta deste seu propósito, escrevo antes para afirmar a minha estupefacção diante da boçalidade gigantesca que afecta tamanhas mentes.

Vivemos num mundo carregado de extremismos, de novos (velhos) sentimentos, de apelos a confinamentos e transformações de mentiras em verdades, ou verdades em mentiras, porém não posso deixar de demonstrar este meu repúdio por este tipo de hipocrisia, num reescrever da História em nome de um sentir do politicamente correcto que acaba por ser tão radical, perigoso, como os outros extremismos da época.

O passado Português deveria orgulhar toda a Nação, ser motivo de inspiração e aprendizagem com os seus muitos erros mas essencialmente com os imensos exemplos de generosidade, compaixão, bravura e nobreza dados por tantos e tamanhos compatriotas nossos, em longínquos tempos.

Apagar os Brasões do Império e tudo o que estes representam é uma vergonha para esse nosso passado, para a nossa memória...

Não pode ser visto de outra forma.

Talvez estes que agora pedem a substituição dos Brasões do Império se contentassem com a destruição de monumentos como a Torre de Belém ou o Mosteiro do Jerónimos pois também estes devem representar um Portugal que os envergonha...

Para mim, são estes "radicais" que me envergonham, envergonhando a História do nosso País.

Muitas vezes penso...

Talvez não sejamos descendentes daqueles que bravamente partiram à Descoberta do mundo, mas sim daqueles que por cá ficaram.

Respeitemos a História e orgulhemo-nos de tantos que tudo sacrificaram, por todos nós, em quase 900 anos de Portugal.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

05.02.21

Quem nos fala quando sonhamos?


JB


     O ser humano é espetacular.

  Já conseguiu feitos impressionantes e tem vindo a adquirir ao longo do tempo uma compreensão maior dos fenómenos deste universo. As disciplinas científicas multiplicam-se e cada vez tentam compreender mais e mais longe e muitas vezes acontecem descobertas fascinantes.

  Os objetos de estudo desdobram-se: matemática, filosofia, português, história etc... Em cada campo diferente tivemos sempre várias pessoas de destaque, cientistas, pensadores, escritores entre tantas outras personalidades que com as suas descobertas e invenções nos trouxeram até aqui. 
 Desde a invenção da roda até aos mais recentes avanços da física quântica existiram uma série de personalidades e momentos marcantes na nossa evolução.

 Hoje escolhi falar de uma dessa descobertas, quanto a mim, aquela a que deveria ser dada mais importância do que todas as outras: o inconsciente.

  O inconsciente foi descoberto por Freud, foi o primeiro que o nomeou e se dedicou a estudá-lo.

 Como todos sabemos a humanidade já cá anda há uns milhares de anos e (se retirarmos da equação os últimos 5 anos) anda no processo contínuo de se tornar menos selvagem e mais civilizada. Isso produziu efeitos. Um deles foi que nós, humanos, tivemos que começar a reprimir instintos, sentimentos e comportamentos em nome dessa convivência civilizada. Desde que nascemos até que aprendemos a verbalizar emoções existe todo um turbilhão e emaranhado de experiências que continua a fazer parte de cada um de nós. Por não as podermos verbalizar ou em muitos casos sequer compreender elas ficam escondidas, reprimidas para um canto da nossa consciência e puff... desaparecem, como se nunca tivessem acontecido. Ou será que não?

 Freud descobriu que não desaparecem, que esses acontecimentos na infância, essas emoções reprimidas e todos os comportamentos censurados tinham um custo e o inconsciente de cada um cobra esse custo de forma impiedosa. Observou que muitas vezes aquilo que atormentava as suas pacientes era o inconsciente de cada uma. Eram vítimas de si próprias de certa maneira. Através da análise dos sonhos de cada uma, foi chegando a conclusões. Elas perguntavam-lhe:

   -Porque é que me apaixono sempre pelo mesmo tipo de homem, se já sei que não vai resultar?

  - Porque é que sinto uma repulsa por cães?

    (Ou até num certo caso mais grave)

   - Porque é que tenho fobia de água?

   Só depois de ficar a conhecer melhor o inconsciente de cada uma das suas pacientes é que Freud pôde e soube responder a estas perguntas. 
    "O sonho é a estrada real para o inconsciente", disse uma vez.
    É verdade. É mesmo.
    Sempre me interessei por este 'outro eu' que partilha a existência comigo na minha cabeça. Com o tempo aprendi a comunicar e conviver pacificamente com 'ele', graças a Freud. Todos temos esse 'estranho' na cabeça e todos temos a opção de o tentar enterrar ou tentar conviver com ele, sendo certo que nunca teremos sucesso absoluto em nenhuma das hipóteses.

  Hoje em dia é inquestionável que o inconsciente existe, nos sussurra durante a noite e como o próprio Freud lembrou, talvez a sua descoberta nem seja assim tão original.

 Já na Grécia antiga, mais precisamente no templo de Apolo em Delfos estava escrita a frase 'conhece-te a ti mesmo'. Cerca de 2500 anos depois, Freud 'apenas' nos ensinou como o podemos fazer: com a interpretação dos sonhos, dos lapsos, no fundo com uma análise com um psicanalista competente. Quem se atreve?

 

   JB

01.02.21

Dia De Dérbi


Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

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É dia de Dérbi!

O futebol na sua infinita arte, transforma o imaginário de tantas crianças, pequenos e graúdos, dando uma inimaginável dimensão à solitária imaginação de cada um.

Foi assim comigo, sempre assim foi com este amor pelo "meu" Sporting.

Nada me fazia vibrar como um Dérbi, esse jogo que arrepia e entusiasma, que nos abana os alicerces e faz querer voar...

Uma incontrolável vontade de vencer, para além do racional, esse querer que não se traduz por palavras, talvez somente nos entrelaçados espaços de uma poesia, que não se compadece com o tempo ou com a realidade.

Assim que a bola começa a rolar, esta leva com ela o bater de tamanhos corações, de tantas almas presas ao momento, amarradas à esperança de um grito, sempre verde, de um abraço, de um desmesurado festejo, nesse caminhar eterno rumo ao Olimpo.

Sei bem que para muitos isto poderá parecer surreal, incompreensível, mas como escreveu um dia Arrigo Sacchi, um dos mais brilhantes treinadores que conheci na minha vida, AC Milan de Gullit, Rijkaard e Van Basten:

"O futebol é a coisa mais importante de entre as coisas menos importantes da vida"

E como isso é importante.

E para lá do futebol, do rolar da bola, dos 90 minutos, está o Dérbi, Sporting VS Benfica, esvoaçando pela História perpetuando nomes e rostos, segundos intemporais entre o sagrado e o profano.

Estes meninos de Leão ao peito, devolveram a este jovem de 40 anos algo que nos últimos anos havia perdido, o orgulho de os sentir como "meus", intrinsecamente "meus", aqueles rapazes de verde e branco...

Voltei a ter 5 anos, a sentir como aos 5 anos...

E isso ninguém me poderá retirar.

Hoje é Dia de Dérbi...

E acredito que juntos, contra tudo e contra todos, vamos ganhar.

#Ondevaiumvãotodos

Parafraseando Mr. keating, em O Clube dos Poetas Mortos:

Thank you boys, thank you!

Obrigado rapazes, obrigado Rúben Amorim.

 

 

Viva o Sporting

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

 

 

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