Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

sardinhaSemlata

Um espaço de pensamento livre.

sardinhaSemlata

Um espaço de pensamento livre.

30.04.21

Ele há dias assim


JB

 

Esta angústia de escrever

A saber que vais ser lido

Não dá vontade de morrer

Mas de nunca ter nascido

Parece demasiada,

A angústia do escritor,

Mas só quem não escreveu nada,

Não a consegue supôr,


Não adianta insistir,

Mais vale reconhecer,

Hoje a inspiração não quis vir, 

Não tenho nada para vos dizer.

 

 

JB

PS (para ninguém ficar de mãos a abanar e comoestou numa de poesia, partilho uma já antiga de um dia mais inspirado).

 

 

 

 

 

ERA UMA VEZ

 

Sou um bardo e vou contar

uma estória inolvidável,

D'el Rei a tentar escapar

de um monstro abominável .

Para o rei era invisível 

o monstro devastador

por isso fez o possível 

e salvou o seu amor.

 

Era a sua filha amada

vítima da aberração,

tinha uma alma torturada.

 

“Para uma ilha no mar,

murmurando uma canção 

os dois iremos escapar”.

 

 

 

Esse rei angustiado

com o destino fatal

ergueu as mãos esperançado

da sua filha um sinal.

 

"Que monstro é esse princesa?

 que te agarra o coração,

 que te enche de incerteza

 que te atira para o chão."

 

“O monstro é a escuridão

 e tem dentes afiados.”

(Mostra-lhe os cortes na mão)

 

Noite e dia / pai e filha

de joelhos abraçados

e o monstro já na ilha...

 

 

 

 

26.04.21

Quem Precisa De Adversários?


Filipe Vaz Correia

 

0684C4F3-BAF5-4EFB-9D36-AA2068C7C940.jpeg

 

 

Escrevo este texto, propositadamente, antes do Braga vs Sporting...

É absolutamente indiferente para este adepto leonino o resultado desse jogo para expressar aquilo que tanto me apetece escrever.

Durante esta semana uma trupe de imbecis, vulgo adeptos do Sporting, invadiram as redes sociais de Paulinho e de João  Mário  com um chorrilho de ofensas e ameaças, alegando a falta de golos num caso e o desperdício de um penálti no outro...

O que dizer?

Este tipo de adeptos são infelizmente a realidade leonina, marcaram e marcarão a história recente deste grande clube que amo.

Quem precisa de adversários com adeptos destes?

Pois...

O pior que existe dentro da realidade Sporting são os seus adeptos, este ciclo viocioso de um certo espírito popularucho, populista, que se tornou a triste desesperança nossa.

Estamos em primeiro lugar, com quatro pontos(depois do jogo poderão ser os mesmos quatro, um ou sete) de vantagem sobre o segundo classificado, sem derrotas no campeonato, num clube que não é campeão  há 19 anos e gritam os marginais que a crise é profunda.

Triste gente...

Quando alguns dizem que é uma pena não podermos ter adeptos nos estádios, sorrio, levemente desconfiando qual seria o cenário em Alvalade:

1º o treinador lampião já teria sido despedido.

2º os chulos como o Paulinho, o João Mário, entre outros há muito que já teriam merecido uma ou outra cuspidela, por entre, os gritos de "O Sporting é nosso" ou "O Sporting somos nós".

3º Varandas ou Viana, sempre eles, esses demónios que estão por lá apenas pelas malfeitorias que fizeram contra o alucinado mor do reino, seriam a perfeita explicação para todos os insucessos.

4º As claques apoiadas pela sua trupe de marginais, pelos velhos do Restelo ou simplesmente pelos ressabiados de lugar cativo, a fauna em Alvalade é diversificada, já teriam tomado conta do estádio para fazer cair estes incompetentes, organizado uma invasão a Alcochete (2) e levado o clube a novas eleições.

Depois desta semana, fiquei absolutamente com a certeza de que se tivéssemos adeptos no estádio esta equipa jamais teria conseguido chegar até aqui, a este patamar de a cinco jogos do fim estar em primeiro, idependentemente do que acontecer em Braga.

Uma equipa carregada de miúdos, de portugueses, levando bem alto o Jersey Verde e Branco.

Tenho orgulho em vocês meninos, orgulho no trabalho magnifico deste treinador, para mim o melhor do mundo, trabalho esse que é o responsável por podermos sonhar.

Orgulho no Presidente e em Hugo Viana que conseguiram montar um dos projectos mais impressionantes da História do SCP, com uma verdadeira aposta na formação, aliando isso a um investimento em jogadores de qualidade, feitos de excelência como por exemplo...

Paulinho e João Mário.

Por tudo isso, espero que mesmo que levantem o confinamento, estado de emergência e afins, mesmo que voltem os adeptos aos estádios, quem dirige os destinos do clube possa ponderar se deveremos nós contar com os nossos mais fervorosos adversários dentro do Estádio de Alvalade...

Claro que estou a falar dos "donos do clube", os denominados adeptos e sócios  leoninos.

Da minha parte apenas me resta sonhar com os golos do meu Sporting em Braga...

Aposto em 0-2 com golos de Paulinho e João Mário.

Isso é que seria.

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

 

 

 

 

24.04.21

Caldeirada Com Todos... “Imsilva”


sardinhaSemlata

 

 

 

402017B8-75DA-49C2-AFF8-C49CC7184BDC.jpeg

 

 

Agradeço o convite que recebi da parte do "Caldeirada com todos" para escrever este Sábado. Espero estar à altura e ao nível do que por aqui se tem escrito.
Não saindo do tema, "Caldeirada com todos", e sendo eu de uma vila com fama de boa caldeirada, apesar de poucos restaurantes a fazerem e só por encomenda, posso acrescentar que não há casa (de nativos) que não a faça, e cada uma melhor que a outra.
Dito isto, vou debruçar-me sobre...
A fome de viver.
Todos nós tínhamos como dado adquirido, a nossa liberdade, a hipótese de ir e vir quando muito bem entendêssemos, de comer fora se assim quiséssemos, e de repente isso acabou...
Inacreditavelmente a liberdade de movimentos fora de casa acabou!
Nunca na vida, por muito que esforçássemos a imaginação, conseguiríamos adivinhar o que aí vinha.
Chegou o 1º confinamento, e quando se desconfinou, o mundo estava com fome de viver. 
Chegou o 2º confinamento, e agora com este desconfinar devagarinho, a fome surgiu ainda com mais força.
Estou no ramo da restauração e por isso falo por experiência própria.
Parece que se deu o tiro de partida e estava já tudo a postos com o casaquinho vestido e mala na mão.
Se só se pode comer na esplanada...não faz mal, nós queremos
Se faz frio e há corrente de ar...não faz mal, nós queremos
Se podemos ficar doentes, não com COVID mas com uma valente pneumonia...não faz mal , nós queremos
E é a isto que eu chamo fome de viver, o não poder esperar por um tempinho melhor, não poder esperar por comer mais comodamente numa sala fechada, e não ter um pouco mais de bom senso, por exemplo.
Talvez algum dos que foram a correr comer ao frio me esteja a ler neste momento (ups), mas cada um sabe de si, e eu tive clientes que me disseram que estavam a ficar malucos com saudades.
Enfim, já se pode comer no interior, e a esperança é que nos deixem continuar sem recuos, e de preferência sem mais confinamentos. Voltar ao normal, precisa-se!
Boa caldeirada!
Isabel.

 

 

Imsilva

 

 

 

 

 

 

23.04.21

Cair de pé


JB

 

Era uma vez uma menina. 

Era a segunda filha muito querida dos soberanos de um reino à beira mar.
Chamava-se Diana: um nome de outra princesa, de Raínha Amazona, que inspira poder e confiança. A nossa Diana não era assim, era uma menina nova e insegura. As feições belas e finas da sua cara denunciavam a sua origem nobre, os seus magníficos olhos verdes estavam sempre para baixo. Não gostava de olhar as pessoas nos olhos e preferia passar despercebida. Apesar do seu nome de guerreira de destaque, a Di (como todos lhe chamavam, a começar pelo Rei seu pai) preferia ficar a sós com os seus pensamentos, longe da ribalta. 
Certa manhã Di acordou com a notícia que iriam fazer uma caçada a cavalo nas terras do reino. 
Preparou-se rapidamente e dirigiu-se aos estábulos.

Quando chegou viu que estava o Rei seu pai e a sua irmã impecavelmente vestidos e já prontos para a aventura; avisam-na de que o Rei e príncipe do reino vizinho iriam juntar-se a eles. 

Sem perceber bem porquê o coração da Di começou a bater um bocadinho mais depressa e um inesperado e muito tímido sorriso começou a formar-se na sua cara.

Nesse momento o outro Rei e o príncipe chegaram.
Os seus bonitos olhos verdes levantaram-se para olhar para o príncipe que nesse momento fixa o olhar no seu, enche um bocadinho o peito e diz-lhes:

-Bom dia princesas. Está uma manhã fresca e muito nevoeiro, não me parece que estejam as condições reunidas para uma grande caçada. 

-Ainda vai abrir. - responde Di baixinho quase como se estivesse a falar para si mesma.

O príncipe, sem perceber sequer que a Di tinha falado, continua num grande discurso sobre os seus feitos heróicos em batalha e em como a sua constituição poderosa lhe permite beber mais que os outros guerreiros antes de ficar indisposto, parecia ter muito orgulho nesse facto. Nem Di, nem a irmã ficam impressionadas.

A viagem continua pela floresta até que começam a entrar numa zona mais densa e com árvores mais altas. Estava muito nevoeiro e já tinham saído da estrada principal há muito.  A neblina agora era estranha e parecia ter um cheiro desagradável a fumo. A visibilidade era pouca e Di reparou que já não estava a ouvir o barulho dos animais à sua volta, percebeu que se aproximavam de uma zona que todos diziam ser muito perigosa e de onde muitos não voltaram. Ninguém sabia porquê. Apenas o Rei.

-Para trás. Estamos a chegar à zona interdita, onde vivem os dragões. Nem sequer eu, que sou o Rei, entro aqui.

Di apercebe-se subitamente de algo que a deixa aterrorizada: a misteriosa neblina era a respiração de um gigantesco animal, um dragão!
Antes sequer que alguém pudesse reagir, todos ouvem um som inesperado que os paralisa: um som que parecia vir das profundezas de uma caverna, um rugido breve de aviso, muito perto deles .  Era um assustador e enorme dragão, que olhava na sua direção, erguendo-se majestoso enquanto fumegava das narinas.
-Ninguém se mexe, acalmem os vossos cavalos, ainda não estamos na zona deles, não nos vai atacar. Calma. - Sussurra o Rei para os restantes ouvirem. Di está nervosa, muito nervosa, é a mais nova do grupo e sente-se quase a entrar em pânico.

O dragão estende os seus membros e mostra toda a sua imensa envergadura fixando o olhar nos céus. As sombras das suas asas a levantar voo, assim como o barulho e o vento, assusta os cavalos que não se apercebem que o perigo passou. Todos conseguem controlar os cavalos, menos a Di.

Talvez por sentir a sua cavaleira menos serena, o cavalo de Di arranca em pânico, num galope desenfreado em direção à terra dos dragões, de onde ninguém volta. 
 O seu pai dá um grito de desespero e arranca atrás dela; liderando o grupo que o segue em socorro da donzela em apuros.

Todos tentam salvar a princesa, mas o seu cavalo está demasiado assustado e é demasiado rápido, ninguém chegaria a tempo.

Di nem pensa nestas coisas, tenta acalmar o cavalo e percebe que não vai conseguir. Sem sequer lhe passar pela cabeça esperar ou desejar que alguém a salve, a Di quase que desmonta do cavalo galopante mantendo os braços agarrados à sela, como se estivesse a correr ao lado do cavalo mas com os pés ainda sem tocar no chão. Ninguém acreditava  no que estava a ver. Muito menos quando Di, aproveitando uma altura em que o seu cavalo desacelera para se desviar de uma árvore, começa a correr ao seu lado e larga as mãos da sela com toda a segurança, sacode as mãos e avança tímida, em direção ao grupo ansioso. 

O seu pai abraçou-a e todos a olharam com respeito e admiração.
O príncipe chegou mesmo a pensar :"Fogo, quem me dera que isto tivesse sido comigo e eu tivesse reagido assim! Era uma grande história.".

A Di continuou a mesma, aos seus próprios olhos, nada tinha mudado.

Caiu de pé e digna, como sempre.

Mas aos olhos de todos os outros a Di, passou a ser:

Diana,

a princesa amazona dos olhos verdes.

 

 

JB

 

 

PS (Se alguém quiser dizer o título deste post e não conseguir dizer os érres, em vez de "Cair de pé" pode dizer "Cauí de pé" que continua a fazer sentido. Não perguntem).

21.04.21

Obrigado Sarin


sardinhaSemlata

 

Meus queridos amigos, o texto desta quarta-feira serve de agradecimento e apreço à tão irreverente Sarin.

Um ano se passou desde que cinco "sardinhas" se juntaram em alto mar para uma viagem de liberdade e opinião, sem receio das palavras e dos pensamentos.

A Sarin foi e será parte desta nossa História, deste nascer e crescer do SardinhaSemlata, feita de pessoas diferentes, com vivencias diferentes mas com a mesma vontade de expressar, de escrever.

Infelizmente a nossa Sarin não conseguirá continuar a conciliar o Blog com a sua vida pessoal...

Sei bem do esforço que fez para nestes últimos tempos tentar levar adiante este desafio mas infelizmente chegámos à conclusão que esta seria a melhor decisão.

Não restam muitas palavras para dedicar à Sarin para além de...

Obrigado!

A Sarin desde a primeira hora esteve envolvida na escolha de cada pormenor, de todos estes aspectos de design e afins...

Esteve envolvida com o entusiasmo que a caracteriza, com a mesma vontade e doçura de sempre.

Enfim...

Uma etapa que fica guardada, sabendo que este SardinhaSemlata continuará a sua viagem com um novo dono das quartas-feiras, capaz de surpreender e inovar.

Até lá...

Mais uma vez, obrigado querida Sarin, foi um gosto.

 

 

 

 

 

Pág. 1/3