Ainda... A “Marquise” Do Ronaldo
Filipe Vaz Correia
A marquise de Ronaldo...
Já tanta gente escreveu sobre este pecadilho do "nosso" Ronaldo que eu timidamente me atreverei a escrever aqui algumas linhas.
A marquise que para muitos seria jardim de inverno, serviu de mote para horas de emissão na CMTV, para um Presidente da Câmara Municipal de Lisboa ir a um Jornal Nacional de uma estação privada, para tantas e tantas parangonas...
O escândalo na sociedade Portuguesa, a devassa de toda uma Nação.
O gélido temor de todos os detentores de uma marquise nas avenidas novas, da João XXI à Miguel Bombarda, em toda a Lisboa e arrebaldes...
O que está por trás desta manifestação sobre a "marquise" do Ronaldo, nada tem a ver com leis, nada tem a ver com parâmetros arquitectónicos, simplesmente tem a ver com o trauliteiro sentimento de ressabiamento tão entrincheirado no âmago Lusitano.
É por ser Cristiano Ronaldo?
Claro que sim...
Nada mais!
Nesse pulsar da indignação se esconde essa crua "inveja" que tanto nos caracteriza, esse sentir que escolhe o alvo, que se mistura nas primeiras páginas do jornal.
Com esta indignação se libertam anos e anos de contida gritaria amarrada aos sucessos de um miúdo que se atreveu a contrariar a sua história, a reescrever cada linha do seu destino.
Como isso pode ser amargo para tantos que olhando para essas linhas se sentem injustiçados pelo tempo, pelos momentos...
É a vida.
Para terminar deixar lavrado em palavra que também eu sou proprietário de uma marquise, aqui nas avenidas novas da nossa Lisboa, esperando que o Drº Fernando Medina não vá a um qualquer Jornal Nacional botar palavra contra a minha construção "clandestina"...
Olhei à volta, para todos os prédios que circundam a minha casa, e espante-se a alma...
Todos têm uma marquise.
Enfim...
Mas nenhum de nós é o Ronaldo.
Filipe Vaz Correia