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sardinhaSemlata

Um espaço de pensamento livre.

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30.09.21

O medo de falhar


The Travellight World

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Ninguém gosta de falhar.
O medo de fracassar faz parte da natureza humana e isso é absolutamente normal.

O problema é quando esse medo é tão forte que nos impede de tentar fazer algo novo; cria dúvidas constantes no nosso pensamento; perturba o nosso progresso ou leva-nos a fazer coisas que nada tem a ver connosco.

Muitas vezes este medo e a necessidade de ser perfeito desenvolve-se cedo. Começa na infância e piora à medida que o mundo pressiona cada vez mais as crianças para que sejam vencedoras e os pais para que tudo façam para isso acontecer.

Resultado? Crianças frustradas e infelizes que já aos 6 anos de idade sofrem de ansiedade e que depois se transformam em adolescentes inseguros e problemáticos e finalmente em adultos deprimidos.

Somos constantemente pressionados para ser perfeitos em todas as áreas. Sentimos que há algo de errado connosco se não tirarmos boas notas, se falharmos a entrada na universidade, se ainda formos solteiros depois de passar uma certa idade, se não tivermos filhos ou se tivermos filhos muito cedo, se não tivermos um emprego bem remunerado, se não nos comportarmos de determinada maneira (aquela que é tida como “normal”) e até se não tivermos seguidores nas redes sociais (alguém me dizia num comentário ao texto o algoritmo, que numa entrevista de emprego um candidato foi desconsiderado porque não tinha redes sociais e "é muito esquisito alguém não ter pegada digital").

Em muitas empresas reina a cultura da perfeição em que qualquer falha, por pequena que seja, é inaceitável.
Isso transforma o ambiente de trabalho numa selva implacável, onde não há solidariedade ou amizade. Reinam só a competição feroz e o stress. A mentira, a trapaça, a falsificação de dados, tudo vale para ocultar problemas… ou passá-los para um colega.

No meio de toda esta pressão muitas pessoas ficam frustradas, dececionadas. Acham que nada do que fazem é suficientemente bom ou interessante e mesmo quando alcançam o sucesso não se sentem felizes.

Porquê?

Talvez porque aquilo que achavam que eram os seus objetivos, nunca realmente partiram deles. Trabalham até à exaustão na esperança de se sentirem dignos. Baseiam a sua autoestima em realizações externas porque contam com a opinião dos outros para lhes dar uma noção do seu valor. Sentem que tem algo para provar o tempo todo. Acumulam emoções de culpa, esgotamento e por vezes ódio. Tentam “colorir sempre dentro das linhas” e depois batem-se com o chicote metafórico se por acaso cometem um erro.

A tolerância à falha ou à frustração é uma habilidade importante na vida. Devia ser ensinada desde cedo às crianças. É essencial para manter um certo equilíbrio mental e a criatividade a funcionar.

Quando paramos de desviar as nossas energias para as nossas ansiedades e necessidade obsessiva de perfecionismo, vemos o nosso nível de felicidade aumentar, assim como a nossa produtividade e criatividade. Se nos concentrarmos no que podemos aprender com uma experiência má, em vez de nos concentrarmos apenas no fracasso que daí resultou, podemos recalibrar as nossas respostas a todas as circunstâncias e ver as menos boas como momentos de oportunidade em vez de derrotas. Os fracassos podem ser fontes de educação e inspiração, em vez de humilhação.

Ouvimos falar muito sobre ser positivo. Isso é fundamental, claro, mas talvez também precisemos de reconhecer que as experiências más podem ser tão ou mais importantes quanto as boas, para o nosso desenvolvimento e sucesso.

 

29.09.21

Quando tu és o animal de estimação


Marco

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Na sociedade atual vive-se tanto dependente do telemóvel. Já algum dia pararam na rua e observaram as pessoas ao vosso redor? Muitas delas vivem dentro do seu telemóvel, de cabeça baixa a olhar para ele, a falar com ele e dão mais importância a ele do que os rodeia. Lembro-me de estar na plataforma do metro e ver as pessoas do outro lado em grupo e faziam uma roda, mas não estavam a falar entre elas, mas sim olhavam para o telemóvel. 

Hoje acho que somos o animal de estimação dos telemóveis, porque ele nos controla e controla a nossa vida, porque neles está guardado um pedaço da nossa vida.

Quantas vezes já tive que subir as escadas a correr porque me tinha esquecido dele, não é que precisa-se dele, mas sei lá (mas confesso que já fui teimoso e não voltei). 

 

28.09.21

Experiências !


Ana Mestre

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Tal como prometido, venho aqui contar a minha experiência de estar na mesa de voto!

Só vos digo que adorei e quero repetir, terei que esperar 4 anos para a repetição, mas vou repetir certamente.

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Domingo, 26/09/2021, 06h30, começaram  os trabalhos.

Mesa de voto constituída por 5 elementos, todos de forças políticas diferentes, mas 5 elementos que desde o primeiro minuto se organizaram e tinham por objetivo que corresse tudo bem, e correu .

Passei o dia com o caderno eleitoral á frente, a confirmar o nome do eleitor que se apresentava para votar.

Tanta cara conhecida vi por lá... muitos nem me conheceram...

Descobri que na minha freguesia há tanto Vítor e tanta Teresa...

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A contagem dos votos  é a hora esperada, e digo-vos que não é fácil desdobrar os papelinhos, aquilo custa...

Esperava ver alguns boletins com bonecos, não tive essa sorte, mas houve um eleitor que votou no Batman , desconhecia que fosse candidato, mas para esse eleitor passou a estar e votou nele.

Bem, tudo isto para vos dizer que foi uma boa experiência, mesmo  boa.

 

Ana Mestre 

 

 

 

 

27.09.21

Danke Frau Merkel


Filipe Vaz Correia

 

 

 

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A Senhora Merkel prepara a sua saída do Governo Alemão ao fim de 16 nos no poder.

Este domingo realizaram-se as eleições na Alemanha, marcando uma nova Era carregada de enigmas e desafios para toda a Europa.

Angela Merkel foi uma líder absolutamente marcante, liderando a Europa em um dos seus períodos mais difíceis, por entre, crises humanitárias e financeiras.

No inicio do seu mandato na CDU e por consequência no Governo Alemão não posso negar a minha desconfiança em relação ao seu papel e às suas intenções políticas, resultado de um preconceito ideológico que carregava em minha essência...

O facto de Merkel ser proveniente do outro lado do muro, antiga RDA, provocou em mim reticências que se viriam a comprovar infundadas.

Merkel ficará na História como uma das maiores, como Indira Ghandi ou Margaret Tatcher, sendo o seu legado repleto de gestos simbolicamente importantes.

O travão na extrema direita Alemã, o seu papel no resgate de mais de 1 Milhão de refugiados, a forma como foi tentando contornar a grave crise financeira de 2008 e anos seguintes, marcarão indelevelmente a sua participação na vida de tantos de nós.

Nem sempre concordei com Merkel mas sempre a admirei, sempre a admirarei e sempre a respeitarei como uma Estadista...

Talvez a única da sua geração.

Com a saudade que certamente nos irá deixar;

 

Danke Frau Merkel!

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

 

 

 

 

 

26.09.21

De bestial a besta


O ultimo fecha a porta

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Discutia-se estes dias a queda abrupta da popularidade de uma figura pública nas redes sociais.

As consequências, além do ego, são os milhares de euros que as marcas pagam em publicidade para divulgação de produtos, eventos e tags.

 

Deixemos o gossip de lado e analisemos a volatilidade com o que o ser humano passa de bestial a besta. Ou na linguagem deste blog, de tubarão a sardinha.

Uma decisão incompreendida, a falta de sensibilidade para até onde podemos pisar o risco ou uma frase infeliz podem deitar por terra em segundos aquilo que durante anos se demorou a conseguir. Isto aplica-se a figuras públicas e a nós próprios, na nossa vida profissional, social ou pessoal.

Quem nunca se enganou num trabalho importante e exposto pondo em causa a sua imagem junto da chefia?

Quem nunca disse uma piada infeliz num jantar de amigos?

Até que ponto nós enquanto ser humanos não estamos cada vez mais expostos e por isso intolerantes ao erro?

 

Diria que a resposta a esta questão passa pela empatia. Se tivermos empatia com a pessoa em erro, compreendemos e desculpamos. Se pelo contrário, não tivermos, diabolizamos. Até porque hoje em dia, é muito mais fácil manifestarmos a nossa opinião e mostrarmos que achamos bestiais ou bestas com um emoji, ou um comentário em perfil privado ou com um tweet.

 

Passa também pela visão de nós próprios, a forma como nos vemos e a forma como queremos que os outros nos vejam. Afinal quem quer a ser visto como a besta?

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