António Costa: O Marajá Português
Filipe Vaz Correia
Portugal votou numas eleições surpreendentes dando ao PS a maioria absoluta...
Perdão, as pessoas deram a maioria absoluta, na minha opinião, a António Costa, ao seu papel como Primeiro Ministro e a uma estabilidade Governativa.
Olhando para estes resultados assistimos a pormenores tristes e interessantes, carregados de novos desafios ao quadro político nacional.
O PS e o seu histórico de maiorias absolutas deixam aqueles que têm memória de sobreaviso, temendo que o clientelismo socialista tome conta do Estado, esse Estado cada vez mais onerososo para os cofres públicos.
No entanto, não se pode analisar este resultado sem dar os parabéns a Costa e perceber a dimensão da sua estratégia política.
BE e CDU pagaram a factura de terem derrubado o Governo minoritário do PS num gesto irreflectido e que fazia adivinhar um suicidio político que se veio a verificar.
Dois grandes vencedores da noite...
Costa pela vitória política esmagadora e o Presidente da República que viu confirmada a sua decisão de dissolução Parlamentar em nome de uma solução política estável.
O Chega e o IL venceram nestas eleições conseguindo aumentar a sua composição parlamentar assim como o Livre que volta a entrar no Parlamento.
Quanto à minha Direita, encontra-se numa situação absolutamente preocupante, cada vez mais dividida.
O voto no Chega, como sempre afirmei, é o maior garante da estabilidade do PS, pois o voto radical nestes "socialistas" úteis continuará a permitir uma fragilização do PSD, assim como permitiu o desaparecimento do seu aliado natural, o CDS.
É triste este cenário mas acima de tudo é a fragilização de uma solução capaz de virar este País à direita.
O PSD tem de buscar nomes como Poiares Maduro ou Moreira da Silva, pessoas capazes de agregar a uma agenda de centro-direita, nomes independentes que somem na sociedade civil e assim reconstruir pontes necessárias para ganhar o País.
No olhar de António Lobo Xavier ficou retratada a tristeza maior do desaparecimento do CDS, numa demonstração de que escolher o caminho da imprepração quase nunca serve de solução.
Estas eleições confirmam o falhanço das sondagens e os cenários que antecipam.
Filipe Vaz Correia