NA HORA DE PÔR A MESA ÉRAMOS 5

Na hora de pôr a mesa, éramos cinco:
o meu pai, a minha mãe, as minhas irmãs
e eu. depois, a minha irmã mais velha
casou-se. depois, a minha irmã mais nova
casou-se. depois, o meu pai morreu. hoje,
na hora de pôr a mesa, somos cinco,
menos a minha irmã mais velha que está
na casa dela, menos a minha irmã mais
nova que está na casa dela, menos o meu
pai, menos a minha mãe viúva. cada um
deles é um lugar vazio nesta mesa onde
como sozinho. mas irão estar sempre aqui.
na hora de pôr a mesa, seremos sempre cinco.
enquanto um de nós estiver vivo, seremos
sempre cinco.

José Luís Peixoto, in 'A Criança em Ruínas'

Foto: Travellight | Ilha Terceira, Açores

Na vista da Ilha Terceira, 

Longe de Ponta Delgada, 

Sua sede verdadeira. 

 

Nem Vila do Porto altiva, 

A mais velha da fiada, 

Em suas ruas cativa 

Como princesa encantada. 

 

De cimento a remendaram, 

Coroaram-na de aviões, 

Mas eternos lhe ficaram 

Os bojos dos seus talhões. 

— Vitorino Nemésio

Não consigo dormir!

Nós resolvemos 

A chuva vai caindo lá fora, do outro lado da janela, lavando as ruas desnudadas e cansadas de um inverno que insistentemente permaneceu amarrado ao nosso olhar...

De um inverno que entrelaçou a pandemia às vacinas, que nos fez estremecer com uma guerra na Europa, aqui perto de nós, na nossa porta, entrelaçando a desesperança a cada pingo de chuva adiada, em cada tic tac do relógio.

Chegou a primavera, neste dia que nos levava a plantar uma árvore nos idos tempos do colégio, um refrescar da esperança, dos dias maiores, da luz e do renovar...

A primavera que anuncia o verão, que nos promete mergulhos molhados, escaldões de outrora, as bolas de Berlim na praia e os abraços entre amigos.

Os amores de verão da imberbe juventude, esses que nos fazem voar com as mãos entrelaçadas, que nos fazem sofrer em mágoas atravessadas, tanto e tanto que se promete pincelar, por entre, os raios de sol.

Nestas linhas que escrevinham esses cheiros a erva molhada, que rascunham as folhas a nascer portentosamente sobram os desejos de um querer intenso, nessa esperança de cada um.

Como é bom olhar para o futuro sabendo que está a chegar a primavera...

E o que significa para vós a primavera?

Filipe Vaz Correia

Como sabem, nos últimos dias os céus de Portugal Continental foram atravessados por núvens de poeira vindas do Norte de África, sendo o seu efeito mais visível a alteração da cor do céu. Parece que o rumo das poeiras de deveu a um fluxo de sul induzido pela depressão Célia.
Ora Portugal resolveu ripostar e decidiu que vai cobrir o Norte de África com fumo de sardinhas, durante três dias. A decisão já foi tomada e anunciada no Conselho de Segurança das Nações Unidas. 
Esta decisão foi já apoiada por Espanha e França, que também foram afetados por esta situação e que anunciaram a cedência da sua quota de sardinhas a Portugal

Fique a par de todos os detalhes aqui.

Fonte de Informação: © Imprensa Falsa