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sardinhaSemlata

Um espaço de pensamento livre.

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30.08.22

Faz sentido um artista cantar músicas que não são suas?


marta-omeucanto

Desenho de Cantor pop pintado e colorido por Usuário não registrado o dia  05 de Abril do 2018

 

É certo que um artista, em início de carreira, pode não ter um repertório extenso de músicas, que lhe permita preencher uma actuação de meia hora, ou uma hora que seja.

Também é certo que, para ter uma maior projecção, os artistas precisam de se dar a conhecer, e nada como os concertos para o fazerem.

 

Já me aconteceu, numa primeira parte de um concerto de um artista conhecido, darem a conhecer outro.

Tinha apenas duas ou três músicas suas.

O resto do tempo foi ocupado com covers.

Naquele espírito de festa, e talvez porque gostasse das músicas e a voz fosse boa, não me fez diferença.

 

Ao que parece, continua a ser comum.

Acredito que para a maioria também esteja tudo bem.

 

Mas, pergunto-me: faz sentido um artista cantar músicas que não são suas?

Estará ele, realmente, a dar-se a conhecer, e ao seu trabalho?

Fará sentido aceitar um convite nesses moldes?

 

 

29.08.22

SCP: 50 Milhões É O Que Vale O Futuro De Um Projecto…


Filipe Vaz Correia



 

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O meu Sporting está em crise, não somente pela segunda derrota seguida no campeonato, desta vez o Chaves em casa, mas sim pelo desnorte demonstrado pela equipe em determinados momentos do jogo, tanto defensiva como ofensivamente...

Não se perderá tempo em escolher o culpado:

Amorim.

O planeamento da época, as expectativas serão esquecidas e sobressairão as palavras do ressabiado Slimani e os treinadores de bancada.

O grande problema do Sporting não é o ponta de lança, nem sequer a defesa mas sim o meio campo e a venda dos seus dois bastiões numa só época.

E quem é o culpado por isso...

Amorim?

Não!

Na época em que vencemos o título os avançados eram Sporar e Tiago Tomás e na segunda metade da época saiu o primeiro para a entrada de Paulinho que acaba por marcar contra o Boavista o golo do título...

O que falta é o nervo, a capacidade de recuperação de bola e construção numa estrutura trabalhada que era delineada por Palhinha e Mateus.

Só Varandas e a sua estrutura directiva são responsáveis por este erro trágico num projecto que caminhava solidamente e agora teremos de esperar para saber se estes assumirão a estupidez que foi efectuada a três dias do jogo no Dragão e que mudará a época Leonina.

Se Rúben ficar só nesta batalha, assumindo culpas que claramente não tem, então o rumo para o abismo será inadiável.

Da minha parte apenas apoiar o melhor treinador que vi no SCP...

Obrigado Rúben Amorim.

Viva o Sporting.

28.08.22

Coldplay em Portugal


O ultimo fecha a porta

Tenho pena de não ir ao concerto dos Coldplay.

Gosto da banda, das músicas e fico contente porque quem vai.

Achei os preços elevados (+15 € face a 2012) e já antecipava a correria. Além do concerto, há todos os outros custos à volta (deslocação, alimentação,..). Não os vou ver ao vivo, mas nestes dias quentes, deixo-me ficar a ouvi-los nas playlist.

 

Fico também contente que tenham fugido à capital e ao Porto. Escolheram uma cidade no Centro, descentralizando. Parece irónico, faz mais a banda (e o seu promotor) pela descentralização das ações que os próprios organismos oficiais.

Por falar nisso, será interessante verificar quanto vai custar ao erário público esta operação entre ajustes diretos, adjudicações e subsídios... (se é que algum dia vai ser divulgado).

Para este domingo, deixo-vos: 

25.08.22

Qualquer caminho leva a toda parte


The Travellight World

fullsizeoutput_6e17  Foto: Travellight | Floresta de Bambu de Arashiyama | Japão

 

Qualquer caminho leva a toda parte

Qualquer caminho leva a toda parte.
Qualquer ponto é o centro do infinito.
E por isso, qualquer que seja a arte
De ir ou ficar, do nosso corpo ou ‘spr’rito,
Tudo é ‘stático e morto. Só a ilusão
Tem passado e futuro, e nela erramos.
Não há ‘strada senão na sensação
É só através de nós que caminhamos.

Tenhamos p’ra nós mesmos a verdade
De aceitar a ilusão como real
Sem dar crédito à sua realidade.
E, eternos viajantes, sem ideal
Salvo nunca parar, dentro de nós,
Consigamos a viagem sempre nada
Outros eternamente, e sempre sós;
Nossa própria viagem é viajante e ‘strada.

Que importa que a verdade da nossa alma
Seja ainda mentira, e nada seja
A sensação, e essa certeza calma
De nada haver, em nós ou fora, seja
Seja inutilmente a nossa consciência?
Faça-se a absurda viagem sem razão,
Porque a única verdade é a consciência
E a consciência é ainda uma ilusão.

E se há nisto um segredo e uma verdade
Os deuses ou destinos que a demonstrem
Do outro lado da realidade,
Ou nunca a mostrem, se nada há que mostrem
O caminho é de âmbito maior
Que a aparência visível do que está fora,
Excede de todos nós o exterior
Não pára como as cousas, nem tem hora.

Ciência? Consciência? Pó que a ‘strada deixa
E é a própria ‘strada, sem ‘strada ser.
É absurda a oração, é absurda a queixa.
Resignar(- se) é tão falso como ter.
Coexistir? Com quem, se estamos sós?
Quem sabe? Sabe o que é ou quem são?
Quantos cabemos dentro de nós?
Ir é ser. Não parar é ter razão.

- Fernando Pessoa -

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