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sardinhaSemlata

Um espaço de pensamento livre.

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30.04.23

A leviandade e a zaga das comadres


O ultimo fecha a porta

Zangam-se as comadres, descobrem-se as verdades!

 

O que passa no caso da TAP e em tudo o que está à volta é tão infantil e grave que me leva a crer que as pessoas não têm noção da importância do cargo que ocupam, quer ministro, quer assessores. Violência, roubos, imaturidade...  Não sou simpatizante de João Galamba pelo ataque vil e cobarde que fez a uma jornalista de investigação numa rede social. Tenho-o como uma produto das Juventudes partidárias, infantil mas com bons padrinhos. Fiquei surpreendido quando António Costa lhe deu a promoção a Ministro.

Toda esta novela, mesmo que fossa na vida particular, seria pouco cívica e de uma enorme falta de educação. 

 

Acho mesmo que António Costa deveria fazer um reset na sua equipa. Os erros sucedem-se e não basta vir para as televisões pedir desculpa. O caso TAP passou de uma nacionalziação desastrosa para o erário público para ser uma exposição do pior da classe política.

 

Em tom de desabado, estamos reféns desta gente e pela piores razões. A alternativa é tão má, tão medíocre que, colectivamente estamos a escolher encolher os ombros. Leva a que o menos mau fique no poder e faça o que quer.

Percebo o dilema de Marcelo: vê o barco a afundar a cada dia, muito pelas más escolhas de António Costa, e não consegue fazer nada porque não há melhor.

Luís Montenegro está a ser um flop ainda pior do que aquele que se antecipava quando ganhou a liderança a Paulo Rangel. Ainda hoje me questiono como é que conseguiu ser eleito... um erro de casting! Não acredito em salavadores da pátria e a História já nos mostrou quão periogoso isso pode ser, mas queremos alternativa. 

 

Por último, uma professora foi atacada numa escola pública com um mata leão. Os alunos riram-se e aplaudiram o agressor. Que educação é esta? Porque é que os professores manifestantes não se solidarizam a nível nacional com esta docente? Que punição haverá para o agressor, mesmo sendo menor?

27.04.23

A Montanha por Achar


The Travellight World

fullsizeoutput_72bfFoto: Travellight | Pico Cão Grande, Ilha de São Tomé

 

A montanha por achar

Há-de ter, quando a encontrar,

Um templo aberto na pedra

Da encosta onde nada medra.

 

O santuário que tiver,

Quando o encontrar, há-de ser

Na montanha procurada

E na gruta ali achada.

 

A verdade, se ela existe,

Ver-se-á que só consiste

Na procura da verdade,

Porque a vida é só metade.

 

Fernando Pessoa / Poesias Inéditas (1930-1935)

24.04.23

Uma Noite Com… Pedro Abrunhosa


sardinhaSemlata



 

 

 

Fui ao concerto do Pedro Abrunhosa com um grupo de amigos, comprámos um camarote e lá fomos nós.

A expectativa a mil e inacreditavelmente, ou não, foi  inenarravelmente superada...

O concerto do Coliseu foi um regresso à adolescência, um suspiro temperado de futuro, um saltitar jovial que me transportou para tempos onde a leveza me caracterizava, um reencontro com a minha Mãe nesse cantar alentejano tão nosso, um breve brisa de imortalidade, uma mortalidade permanente mas tristeza de algumas letras.

Tudo foi perfeito, o jantar antes num restaurante nas Portas de Santo Antão, o concerto e a companhia, o drink depois num bar no centro da cidade...

As frases únicas e destemperadas do JB, o riso da Carmen, a afago e olhar da minha mulher, o bater descompassado do tempo.

Tudo fez sentido, tudo se compartilhou num estranho e desarmante instante.

Pedro Abrunhosa é um génio, na construção das suas melodias, na composição das letras, das músicas, na excelência dos tempos e dos compassos, no animal de palco que respira e amarra, no espaço que sabe dar a quem com ele partilha aquele momento mágico no palco.

O derradeiro adeus, onde com todos presentes, ele opta por sair primeiro deixando os aplausos para toda a sua equipe é um simples indicador da grandeza maior de um grande artista.

Não podia esperar mais, não podia ser maior...

Um senhor no caminho, um senhor na postura, um senhor na plenitude imensa de alguém que será imortal.

Não posso deixar de aqui referir a música "Para os braços de minha Mãe", acompanhada pelos Camponeses de Pias...

Arrepiante, intemporal, arrebatador.

Um momento único e inesquecível, onde reencontrei a minha querida Mãe, em espírito, em rima e verso...

Não podia ter gostado mais.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

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