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sardinhaSemlata

Um espaço de pensamento livre.

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28.10.23

Uma questão de saúde... a Doença Crónica


Ana D.

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Vivemos mais, mas a qualidade de vida fica muito aquém das expetativas. Exemplo disso é a doença crónica que invade a vida de tantos. É mais um dos problemas de saúde dos nossos tempos e todos nós bem conhecemos alguém que vive e “convive” com alguma ou algumas doenças crónicas, com alterações patológicas muitas vezes irreversíveis, que o acompanharão em permanência durante o resto da sua vida e que porventura lhe causarão incapacidade, levando-os até a ter de deixar de trabalhar.

A complexidade de viver com doenças crónicas e com a sua imprevisibilidade, tem impactos significativos não apenas no domínio individual (físico, emocional e psicológico) mas também nos domínios familiar e social.

A evolução destas doenças é muito lenta e causadora de grande sofrimento humano. As doenças crónicas não respeitam estratos sociais e económicos, atingem tanto jovens como idosos, tanto homens como mulheres, embora seja nas idades avançadas que se verifica uma maior morbilidade.

As doenças crónicas são responsáveis pelo maior peso da doença na Europa, onde tem vindo a aumentar, desde logo em virtude do envelhecimento da população, mas também em consequência dos fatores de risco associados ao nosso estilo de vida, representando um enorme encargo para a generalidade dos sistemas de saúde. As estimativas apontam que na generalidade dos sistemas de saúde, o tratamento de doenças crónicas representa cerca de 50% a 80% das despesas de saúde. Acresce que cerca de 20% da população ativa sofre de doença crónica e que o absentismo por doença custa cerca de 2,5% do PIB da UE por ano.

Dados do National Health System britânico revelam ainda que cerca de 80% das consultas dos Cuidados de Saúde Primários são resultado das doenças crónicas, que estes doentes (com as suas complicações) utilizam mais de 60% dos dias de internamento hospitalar e que para os doentes com mais do que uma doença crónica, os custos são seis vezes mais elevados do que os que têm apenas uma doença.

Os atuais sistemas de saúde, entre os quais o SNS, mantêm uma organização da prestação de cuidados, historicamente derivada do modelo biomédico, centrado na cura da doença aguda, a qual sustenta uma prestação de cuidados, essencialmente, episódica e reativa, onde a cura é o objetivo primário. Todavia, e como é internacionalmente reconhecido, no caso das doenças crónicas esta resposta é, simplesmente, inadequada. O modelo de cuidados que responde bem às necessidades das doenças agudas, não funciona com as doenças crónicas. Para estas, a prioridade são os cuidados e não a cura.

Quando doentes com doença crónica saem fora do controlo dos serviços de saúde, tornam-se potenciais doentes de alto risco, que só reentram no sistema em virtude de complicações. Nessa fase, geram custos inadiáveis que podem ser evitados com as intervenções atempadas e proactivas ao nível da Gestão da Doença, enquanto sistema coordenado de intervenções e de comunicações para indivíduos com uma ou mais doenças crónicas, ou em risco de as virem a contrair.

Em Portugal, a aplicação dos princípios que estiveram na base dos modelos de Gestão da Doença adotados internacionalmente deu origem ao modelo experimental de Gestão Integrada da Doença que, para além de uma gestão clínica da doença, incorpora, também, a reorganização do modelo de prestação de cuidados e um modelo de financiamento específico, assentes num sistema de informação que permite a monitorização e avaliação constante deste processo.

Muitos dos programas ao abrigo deste modelo estão orientados para aumentar os conhecimentos e os comportamentos de autocuidado, apostando na mudança comportamental e na adoção de estilos de vida mais saudáveis. Alguns destes programas são dinamizados em grupo e outros são implementados individualmente, em contexto de consulta. Os programas desenvolvidos em grupo, onde a pessoa participa ativamente e partilha experiências com os seus pares, poderão constituir uma vantagem.

Por tudo isto, se tem uma Doença Crónica cuide de si e se puder não fique sozinho. Partilhe! Com essa partilha estará a ajudar e será ajudado!

27.10.23

Guterres


JB

 

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  Nunca simpatizei especialmente com António Guterres mas desde que é secretário geral da ONU que comecei a gostar dele e a ter orgulho por ter um Português num lugar de tanta importância e por onde passaram antes tantas personalidades de tanto destaque e tão respeitadas por todos.

  Num cargo que normalmente é de consensos Guterres vê-se agora envolvido numa polémica por causa das suas declarações. Israel pede a sua demissão e por cá, a Iniciativa Liberal já emitiu um comunicado a condenar tais palavras. 

  Que declarações foram essas?

 Entre outras coisas começou por dizer: É importante ter princípios claros, começando pelo princípio fundamental de respeitar e proteger os civis” e depois continuou: 

“É também importante reconhecer que os ataques do Hamas não aconteceram do nada. O povo da Palestina tem sido sujeito a 56 anos de uma ocupação sufocante. Viram as suas terras serem constantemente devoradas pelos colonizadores e assoladas pela violência. A economia está sufocada, há pessoas deslocadas e as suas casas demolidas. As suas esperanças de uma situação política para a sua situação têm vindo a desaparecer. Mas as reivindicações do povo palestiniano não podem justificar os ataques terríveis do Hamas. E esses ataques não podem justificar a punição coletiva do povo palestiniano”;

Terminou com:

“Para aliviar o enorme sofrimento, tornar a ajuda humanitária mais fácil e segura e possibilitar a libertação de reféns, reitero o meu apelo para um imediato cessar-fogo humanitário. Excelentíssimos, mesmo neste momento de risco grave e imediato não podemos perder de vista o único alicerce realista para uma paz verdadeira e estabilidade: uma solução dos dois Estados. Os israelitas devem ver materializadas as suas necessidades legítimas de segurança. E os palestinianos devem ver concretizadas as suas legítimas aspirações de um Estado independente, em conformidade com a resolução das Nações Unidas, as leis internacionais e os acordos anteriores”.

 

 Nada disto me parece divisivo, parecem-me declarações justas e ponderadas de alguém que decidiu não enfiar a cabeça na areia como se fosse uma avestruz e ver a realidade como ela é. Não consigo entender como é que alguém além dos Israelitas pode criticar estas declarações.  A iniciativa Liberal tem sido uma enorme desilusão para mim e com esta posição desapareceu do meu radar, estão quase ao nível  de um chega. Guterres por seu lado subiu ainda mais, hoje em dia o meu orgulho nele nunca foi tão grande e acho a sua posição muito corajosa e humana, ao nível da instituição que encabeça.

 

 Obrigado 

 

JB

 

 

 

 



https://visao.pt/atualidade/mundo/2023-10-25-afinal-o-que-disse-exatamente-antonio-guterres-que-esta-a-indignar-israel-a-ponto-de-ameacar-cortar-relacoes-com-a-onu/

26.10.23

Ovelha Negra


The Travellight World

DSC02220Foto: Travellight | Thingvellir, Islândia

Chamaram-me ovelha negra

Por não aceitar a regra

De ser coisa em vez de ser

Rasguei o manto do mito

E pedi mais infinito

Na urgência de viver

 

Caminhei vales e rios

Passei fomes, passei frios

Bebi água dos meus olhos

Comi raízes de dor

Doeu-me o corpo de amor

Em leitos feitos escolhos

 

João Dias

24.10.23

Ter um blog...


Ana Mestre

Pois... ter um blog, para quê?!

Foi e é a pergunta que ainda continuo a fazer...

Sabem a resposta?!! Eu ainda não sei, mas, sei que me dá muitas alegrias.

Com o meu blog, já conheci pessoas maravilhosass, e continuo a conhecer, quase todos os dias!

Há pessoas por aqui, que são verdadeiros anjos na terra... Duvidam?!

Pois, eu também duvidei, até perceber, que em certos momentos da minha vida, eram estas pessoas que estavam comigo. Pessoas que não conhecia de parte nenhuma, que apenas estavam aqui comigo, no meu blog, a lerem as coisas que eu escrevia. Muitas coisas, sem interesse nenhum, ainda assim continuavam aqui, a ler, a comentar, a dar força. E nem imaginam o importante que foi (e é) para mim.

Ter um blog, muitas vezes, é como ter um diário, onde escrevemos aquelas coisas que não verbalizamos, a diferença é que um blog , está "á mão" de muita gente... e de vez em quanto aparecem umas criaturas (anónimos), a destilar veneno e a dar a sua opinião...

Mas, é o que é...

Obrigada, a todos os que estão aì desse lado e que ainda acreditam nos blogs, mesmo aqueles que não têm um!

Ana Mestre

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