Polónia: A Vitória Da Democracia
Filipe Vaz Correia
As eleições na Polónia trazem boas novas para a Europa mas essencialmente para os Polacos que vêem assim o seu país regressar a um "mundo" civilizado do qual estava arredado nos últimos 8 anos.
A derrota do partido da Lei e da Justiça, de Jaroslaw Kazcynski, é uma lufada de ar fresco num país cada vez mais afundado num avolumar de autoritarismo e de anti-europeísmo gritante, às mãos de políticas populistas, xenófobas, misóginas e homofóbicas, muito próximas de outros exemplos da extrema-direita demagoga da moda.
A vitória de Donald Tusk, antigo primeiro ministro e ex-presidente do concelho europeu, é a vitória do centro-direita e da democracia.
A união, esperada por todos, do centro-direita com os liberais e o centro-esquerda, que se traduzirá numa maioria parlamentar, será provavelmente um dos mais importantes momentos históricos da Polónia e marcará indelevelmente uma derrota estrondosa nos intentos "ditatoriais" dos radicais de direita.
A Europa vê assim a Polónia se aproximar do ideal europeu e da construção de uma solução que possa respeitar um conjunto de princípios que sempre nortearam o olhar democrata e tradicional da União Europeia.
Tusk é de facto um grande líder, sendo que já havia feito todo o seu percurso político, chegando aos mais altos cargos durante a sua vida, no entanto, num imperativo emocional e ético abdicou do seu conforto em busca do confronto, voltando às lides políticas para resgatar a sua nação de 8 anos de obscurantismo às mãos de um partido de populistas radicais.
Parabéns Polónia, parabéns aos senhor Donald Tusk e parabéns aos cidadãos polacos que saíram de casa, a maior taxa de participação desde o início da democracia polaca ,73%, para em comum, esquerda, centro e direita, expressarem bem alto o seu desejo em liberdade e democracia.
Filipe Vaz Correia