Israel E Palestina: O Paradigma Da Ignorância
Filipe Vaz Correia
Durante este fim de semana despontou um novo acto do conflito Israelo-Palestiniano, num momento que se adivinha devastador e mortífero.
Dois pontos que para mim são importantes e estão relacionados:
Israel é governado, há muitos anos, por um Primeiro-Ministro, corrupto, egocêntrico, autoritário, extremista e perigoso, Bibi Nethanyau, capaz de se aliar aos mais radicais da extrema direita religiosa, ultra-sionista, levando a cabo uma política xenófoba e de reconstrução ilegal de colonatos.
Isto é um facto.
O Hamas é uma organização terrorista, criminosa, criada por Sheik Yassin, um velho tetraplégico, que levava a cabo a sua missão de convencer jovens ao martírio, não esquecer as 72 virgens, enquanto continuava preso à sua cadeira de rodas sem que o próprio optasse por caminhar para a sua libertação rumo a tão paradisíaco martírio.
Isto também me parece ser um facto.
O Hamas aproveita-se da desgraça vigente na Faixa de Gaza, sufoco perpetrado pelas forças Israelitas, a falta de alimentos, medicamentos, de um dia normal num País que se quereria como outro qualquer...
Uma população amarrada a este tipo de organização que os radicaliza e prende a dogmas xiitas, a crenças ortodoxas que encaminha este conflito para repetidos becos sem saída.
A decisão do Hamas de atacar Israel pode ser suicida mas é também uma prova de vida num extremar que parece agradar às lideranças terroristas daquela organização.
Uma curiosidade que não posso deixar de aqui questionar...
O que aconteceu à Mossad?
O serviço de inteligência mais famoso do mundo falhou estrondosamente aos olhos de todos, permitindo que um conjunto de terroristas invadisse o seu território e matasse, sequestrasse, inúmeros dos seus cidadãos.
Não quero imaginar como estará e em que situação se encontrará o actual director geral da Mossad.
No entanto, o que importa aqui realçar é que iremos assistir a um autêntico massacre na Faixa de Gaza, num carpir de mortos e feridos sem dimensão.
Resta ao mundo assistir e tentar perceber como pode, ao fim de mais de meio século, permanecer esta situação com a conivência de todos e cada vez mais controlada por radicais de ambos os lados...
Ambos os lados soterrados num paradigma de ignorância.
Filipe Vaz Correia