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Pedro Nuno Santos venceu as eleições internas no PS, fazendo assim jus ao seu favoritismo sobre José Luís Carneiro.
Podemos assim dizer que não houve surpresa nesta corrida ao cargo de Secretário Geral do Partido Socialista e ao novo inquilino mor do Largo do Rato.
Nunca gostei de Pedro Nuno Santos, o político, sempre o vi como alguém que se aproxima de uma espécie de esquerda radical, capaz de truques e malabarismos que deixam as pernas, não dos banqueiros alemães, dos contribuintes portugueses a tremer.
Pedro Nuno é um fazedor, um prático, alguém que não perde tempo a decidir ou a afirmar, características que poderiam ser interessantes se não fosse também ele um impulsivo, um destemperado, um "alucinado"...
Em boa medida, tem laivos de um Socrático tempo.
Em boa medida, este é uma antítese de António Costa que apesar de ser um pragmático era em grande medida um não programático do ponto de vista da doutrina, um social-democrata na verdadeira acepção da palavra, mais do centro do que da esquerda, mais da cautela, atentemos nas contas públicas, do que da aventura política.
Costa e Pedro Nuno serão a água e o azeite do PS e por mais que os seus sorrisos se entrelacem, que a luta anti Montenegro lhes leve a dar as mãos, não nos deixemos iludir, este Partido Socialista em nada terá a ver com aquele que conhecemos nos tempos do "Costismo".
Nunca votarei em Pedro Nuno Santos, aliás nunca votei à esquerda, no entanto, não posso aqui mentir, do ponto de vista de escolha, não tenho neste momento alguém em que me reveja, em quem confie, a quem possa, neste momento, entregar o meu voto.
Temo que um dia, depois de olharmos para trás, tenhamos que escrever que teremos saudades da maioria do António Costa e da estabilidade governativa a ela inerente.
Neste mar de miséria política em que navegamos não antevejo calmaria ou bonança, somente gritaria, naufrágio e desesperança.
Este 2024 político promete, mas não promete grande coisa.
Filipe Vaz Correia