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sardinhaSemlata

Um espaço de pensamento livre.

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21.05.24

O Tempo e o Pó que nos Unem


Bruno

 

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Imagem: Bruno Nunes dos Santos

 

 

Que las lluvias que te mojen sean suaves y cálidas. 

Que el viento llegue lleno del perfume de las flores. 
Que los ríos te sean propicios y corran para el lado que quieras navegar. 
Que las nubes cubran el sol cuando estés solo en el desierto. 
Que los desiertos se llenen de árboles cuando los quieras atravesar. O que encuentres esas plantas mágicas que guardan en su raíz el agua que hace falta.
Que el frío y la nieve lleguen cuando estés en una cueva tibia.
Que nunca te falte el fuego.
Que nunca te falte el agua.
Que nunca te falte el amor.
Tal vez el fuego se pueda prender.
Tal vez el agua pueda caer del cielo.
Si te falta el amor, no hay agua ni fuego que alcancen para seguir viviendo.

Gustavo Róldan,  "Bendición del Dragón" 

 

Só descobrimos que o tempo deste mundo pode ser perfeito quando esse mesmo tempo está prestes a enterrar-nos. Tudo isto mesmo que ao longo de múltiplas décadas tentássemos matar esse tempo - não nos esqueçamos que esse imparável bicho adora brincar às escondidas. Desejamos sempre mais aquilo que não temos, uma espécie de só estou bem onde não estou como dizia Variações. É daí que nasce aquela dificuldade de busca constante em procurar algo novo e não fruir o momento presente. Uma espécie de viagem em circuito onde queremos experimentar tudo mas acabamos num extremo cansaço físico e mental apenas com experiências "instagramáveis" mas pouco sentidas e vividas.

 

E alí estávamos sentados enquanto duas almas dançavam naquela duna perdida entre tantas outras. O sol tem esse poder, sobretudo quando se prepara para desaparecer atrás da montanha, bem lá ao longe. Na duna, cá em baixo, aquele olhar perdido olha-nos como se não percebesse ele a beleza daquele espectáculo. Na frase de Raúl Brandão, é aquele olhar que está neste mundo, no mundo dos que mais apanham. A aridez do deserto é um destino, longe de um delírio apaixonado pelo risco e pelo fascínio daqueles que afirmam que o céu é de todos.

 

Bem lá ao longe, enquanto nos interrogamos do porquê de uma mesquita estar completamente perdida no deserto mas cujas luzes já permitem vislumbrá-la através dos binóculos, aquele olhar continua a fixar-nos. Tento sempre adivinhar o que vai naquele olhar, como o faço quando os pastores alemães contemplam a paisagem em dias de sol e nos colocam naquele mistério insondável do convivio entre dois seres tão próximos mas completamente diferentes. Não tento sequer, a nossa comunicação é por gestos e a filosofia da inquietação precisa de sons e de palavras.

 

Alesya e Ulyana param de dançar, e encostam-se agora ao jipe num arfar que se dissipa após um gole de água... O sol vai ficando mais vermelho e acalma os ânimos. Reina agora um silêncio tal que quase conseguimos ouvir o movimento do mais pequeno grão de areia. O afegão continua lá em baixo, como um tronco que persiste à erosão dos séculos, como se tivesse em si todo o pó de um povo, todo o pó da eternidade, uma imagem comum em tantas geografias de Ásia Central... Recusa juntar-se com o sorriso da resistência.

 

Entretanto, vamo-nos nós também enterrando naquelas areias, enquanto as montanhas são já grandes vultos e as russas dormem. Deixamo-nos deslizar pela duna abaixo, lentamente, como um acorde de Santaolalla ou como um poema de Hafez. Também lentamente o afegão se afasta para afugentar um grupo de locais que se diverte a andar de mota. Trocamos olhares e assinto que não vale a pena estragar o momento, estão apenas a aproveitar o tempo, mesmo partilhando apenas uma motorizada velha e os desenhos que os unem nas marcas deixadas na areia, marcas essas que o tempo também vai enterrar mal a noite se torne verdadeiramente negra e o vento nos obrigue a colocar uma espécie de Pakol emprestado e um lenço a cobrir a boca - mais tarde serei apelidado de Ahmad Massoud: afinal o afegão fala.

 

O alvoroço da mota e das conversas daqueles invasores toma agora conta da atmosfera. Não interagem connosco, agem como nem sequer nos vissem, são actores a representar o papel mais difícil de todos, o papel do tempo e da amizade, o papel de serem humanos. Deixamo-los, o romantismo da fogueira no deserto pode esperar, até porque o jantar já vai contemplar um céu iluminado pelas estrelas e a terra pelo fogo. Sabemos que o afegão vai ficar a olhar para nós, que irá recusar o convite até chegar a vez de fazermos um olhar ligeiramente daninho e pegarmos numa espécie de espetada de frango dividindo ali mesmo o repasto.

 

As labaredas parecem intimidar o céu que parece agora uma auto-estrada. Retiramo-nos para a tenda e o afegão recolhe-se também mexendo as brasas e envolvendo-as na terra.O mundo volta a mergulhar nas trevas se bem que ao olharmos para cima sabemos que o Universo é uma luminária sem fim e a escuridão uma invenção dos homens... O afegão, na sua sobriedade, terá muito mais para ser enterrado no dia do juízo final do que qualquer um de nós cujo tempo matamos a uma velocidade e até voracidade estonteante.

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Para ler: bem a propósito, "A Lua e as Fogueiras" de Cesare Pavese. Uma viagem pela memória e pelo tempo, pela tragédia e pela campos do Piemonte.

Para ver: quem já conhece Quentin Dupieux sabe muito bem o que esperar, embora desta vez o realizador ainda consiga ir mais longe. Um filme surrealista com a personagem do surrealismo. Ninguém esteja à espera de biografias ou da normalidade. Como o artista, também "Daaaaaaaalí" é de loucos. Além disso, também lá por casa reside um Dalí que é completamente doido.

Para ouvir: uma sonoridade que me chegou através de uma outra, ou não fosse apaixonado pelas danças e cantares do Cáucaso e onde a Geórgia tem um papel fundamental. Vim a saber por um contacto no país que é uma música de união e cujos vídeos, pois são mais que um, foram desenvolvidos para fortalecer os laços entre as diferentes regiões. Também bem a propósito dos últimos acontecimentos: ჩემი საქართველო აქ არის 

Para assistir: "Uma Vida no Teatro" de David Hamet. Para ver no Teatro Aberto. Já comprei bilhetes.

Para comer e beber: em Madrid, longe do bulício do centro, na calma e confortável Hortaleza encontra-se o Beytna. Descobri-o por acaso numa viagem de trabalho e tornou-se uma visita obrigatória nas idas à cidade e uma certa forma de recordar a Jordânia. Além disso os proprietários jordanos e um dos empregados habituais que é marroquino são ótimos a dar-me alguns retoques na língua Árabe - além da excelente comida (afinal a Jordânia, a par do Libano, é uma das jóias da coroa da cozinha Árabe), também os vinhos fazem a delícia dos comensais. Um restaurante completo com menus para todos os gostos, inclusive para o Ramadão. Lá podem experimentar o Jordan River Pinot Noir Reserva Tinto ou até mandar vir para Portugal. Acompanha perfeitamente com o Mansaf Jordano ou até com a surpreendente Tajine de Bacalhau.

20.05.24

Sporting: A Despedida De Dois Leões "Adán E Neto"


Filipe Vaz Correia



 

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António Adán e Luís Neto despediram-se, neste Sábado, do Estádio de Alvalade enquanto jogadores do Sporting Clube de Portugal.

Saem pela porta grande, como Campeões Nacionais, com os Sportinguistas rendidos ao seu profissionalismo e ao legado que deixarão no clube e na sua história.

Adán não foi o melhor guarda-redes que vi jogar no meu Sporting, esse foi Peter Schmeichel, no entanto, talvez possa dizer que foi aquele que teve um papel mais importante na conquista de um campeonato, naquele primeiro titulo...

Adán foi essencial, fundamental, e por isso poderemos dizer que sem Adán provavelmente este projecto Amorim talvez nunca tivesse existido.

Neto não foi o melhor defesa central que vi jogar no Sporting, estou indeciso entre André Cruz e Seba Coates, no entanto, o seu papel na liderança destes miúdos, destes jogadores nos anos em que vestiu a nossa camisola, tornou o seu lugar na história leonina absolutamente inesquecível.

Eles sabem isso, os adeptos não esquecem isso.

Emocionei-me ao ver a homenagem feita a estes dois grandes jogadores, as lágrimas nos olhos do filho de Neto, as lágrimas do próprio...

Nunca uma simbiose foi tamanha no Sporting entre público e jogadores, nunca uma homenagem desta magnitude foi prestada pelo Sporting aos seus, nunca como neste momento o grande Sporting parece rumar em direcção ao Olimpo do futebol.

Tudo perfeito...

Tudo bem feito.

Obrigado Sporting...

Obrigado Adán, obrigado Neto.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

18.05.24

As abelhas são nossas amigas!


Ana D.

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“Se as abelhas desaparecerem da face da Terra, a humanidade terá apenas mais quatro anos de existência. Sem abelhas não há polinização, não há reprodução da flora, sem flora não há animais, sem animais, não haverá raça humana.”
Albert Einstein, 1879-1955

 

O número de colónias de abelhas tem vindo a reduzir-se drásticamente, não só no nosso país, mas também nos países no Oeste da União Europeia e até nos EUA, Rússia e Brasil. Para lembrar a importância da polinização e dos seus diferentes agentes polinizadores para um desenvolvimento sustentável, a Organização das Nações Unidas proclamou o dia 20 de maio, como o Dia Mundial da Abelha.

Sei que alguns não gostam delas ou que até as receiam, mas as abelhas são, tal como outros polinizadores, essenciais para os nossos ecossistemas e para a biodiversidade. 

Poucas plantas têm a capacidade de autopolinização. A grande maioria depende de animais, do vento ou de água para se reproduzir. A este propósito, refira-se que cerca de 90% de todas as plantas com flor precisam da ajuda de insetos para se reproduzirem e as abelhas são responsáveis por cerca de 80% de toda a polinização feita por insetos. Adicionalmente, a Organização para a Alimentação e Agricultura das Nações Unidas (FAO) estima que 75% das espécies agrícolas cultivadas para alimentação global estão dependentes da polinização feita pelas abelhas para a reprodução e manutenção da biodiversidade.

Em resumo, menos polinizadores é sinónimo do declínio de várias espécies de plantas, que podem até desaparecer, por dependerem destes animais, situação que também terá impacto na segurança alimentar.

Em termos económicos, refira-se que em Portugal, e de acordo com os dados recentes, o contributo económico dado pela polinização de vários insetos, principalmente pela abelha, vale aproximadamente 800 milhões de euros. À escala da União Europeia este valor sobe para os 15 mil milhões de euros.

A própria Comissão Europeia alertou para este declínio das populações de polinizadores, estimando que cerca de um terço das populações de abelhas estejam a desaparecer em virtude da ação humana. A degradação dos habitats, a agricultura intensiva, os pesticidas, as espécies invasoras, como a vespa asiática, algumas doenças e ainda as alterações climáticas e os eventos meteorológicos extremos, em muito contribuem para esta situação.

Em Portugal, acrescem ainda os incêndios florestais que têm sido particularmente devastadores para muitas colmeias, deixando as abelhas sobreviventes sem alimento.

Em 2023, a Federação de Apicultores revelava que Portugal tinha perdido "cerca de 200 mil das mais de 700 mil colmeias" devido ao decréscimo do efetivo de abelhas que veio sendo registado desde há três anos e que se terá agravado com a seca de 2022.

Mas perante este cenário o que podemos - nós cidadãos (que não somos agricultores e que muitas vezes até só temos uma pequena varanda ou jardim), fazer para ajudar as abelhas? 

Pode parecer difícil, mas cada um de nós também pode ajudar através de ações tão simples como plantar e ter flores e ter pequenos recipientes com água nas nossas varandas e pequenos jardins, para que as abelhas possam viver melhor.

São PEQUENOS gestos a favor de GRANDES resultados!

Gestos simples, que mais uma vez evidenciam o valor da Cidadania e do altruísmo, desta vez em favor das abelhas, dos ecossistemas e da biodiversidade.

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14.05.24

“Deixem Mohammad Rasoulof Sair”


Bruno

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Imagem: REUTERS/Stephane Mahe via kayhanlife.com

 

Decerto, eu posso equivocar-me  sobre o que julgo do que vejo.

Vergílio Ferreira, in "O Existencialismo é um Humanismo"

 

Escrevo este texto não como uma forma de activismo, para chegar a tal ponto teria necessariamente de dispor de informação, sendo que à data desta publicação o Governo Iraniano ainda não se pronunciou. Sem embargo, não posso deixar de ficar estupefacto (embora situações destas não sejam algo de novo) com a condenação de Mohammad Rasoulouf a oito anos de prisão alegadamente por propaganda - nos seus filmes e não só - bem como acções contra o regime. Recupero também um slogan com muito pouco tempo: "Let Mohammand Rasoulof Go!". Muito conhecerão o realizador pelo filme "O Mal Não Existe" que é brilhante!

 

Tenho de confessar a minha paixão pelo cinema iraniano que consegue ultrapassar semelhante sentimento pelo trabalho de outros países, nomeadamente de França, Grécia, Turquia, alguns países árabes e até de uns tantos a leste. O meu coração divide-se quando entra o cinema italiano. É talvez essa paixão, em vésperas do lançamento do último filme do realizador em Cannes que me faz juntar ao estupor de muitos.

 

O cinema iraniano consegue despertar em mim e em tantos outros emoções que mais nenhum conseguiu até hoje. É de um realismo brutal (sobretudo para quem já esteve no país ou conhece a cultura) e capaz de despertar todos os sentidos numa oscilação entre coisas boas e coisas más que nunca deixam o espectador relaxar na cadeira do cinema um segundo que seja. Os actores são de um profissionalismo singular e todos os argumentos  dignos de exaltação mesmo quando alguns dos realizadores optam pelo que chamamos "mais do mesmo".

 

Talvez exista uma dúvida que ainda possa não ter sido vislumbrada pelo Governo Iraniano (e não o escrevo com cinismo mas com coração aberto) que assenta na premissa de que os filmes de realizadores como Rasoulof são autênticos instrumentos de promoção do país e das suas gentes, mesmo que contendo críticas à forma como alguns aspectos do país possam ser geridos. Na verdade, por todo o Mundo, quantos filmes não são uma forma de protesto, nem que seja numa fala ou numa imagem? Odiaremos nós os Estados Unidos por filmes que exploram conspirações ou tocam nas fraquezas federais e até da própria presidência? 

 

Os filmes iranianos são dos maiores embaixadores desse país tão único, são uma verdadeira amostra de uma realidade nem sempre perfeita, mas qual o país que se pode gabar disso? Mesmo que a intenção seja expor o regime, acaba por ter um efeito de atracção tal junto de quem o vê que a paixão por essa nação milenar ainda se torna mais exacerbada. É impossível não ficar apaixonado pelas personagens de "O Mal não Existe", desde o conformado e aparentemente tranquilo (aquela paragem prolongada no sinal vermelho...) funcionário prisional, até aos dois soldados que lidam com dilemas distintos mas que no final da linha até se assemelham, o que mudou foram as escolhas. No final destes filmes, por incrível que pareça, ao invés de ficarmos todos com uma grande vontade de condenar o regime, o que nos fica é um apetite imenso de conhecer ainda mais tamanha cultura.

 

... E agora permitam-me, mas "Os Irmãos de Leila" é uma obra monumental, e também com a crítica a alguns aspectos da cultura iraniana actual. Saeed Roustayi, um jovem realizador que juntou a uma história fenomenal actores geniais que tenho acompanhado como Payman Maadi (simplesmente adorável), Navid Mohammadzadeh (inigualável) ou Taranej Alidoosti (uma actriz como já poucas existem) entre tantos outros. A cena final é talvez das que mais me marcou até hoje e só actores iranianos conseguiriam executar uma cena daquelas e causar tal efeito. Navid Mohammadzadeh, Alireza no filme, tornou-se um ídolo para mim com aquele momento. Uma palavra também para Ramin Kousha e a banda sonora.

 

É um facto, nem todos os filmes poderão ser do agrado do regime, mas uma coisa temos de reconhecer, mesmo no meio da contestação, a forma como estes realizadores retratam e consideram a sua pátria é louvável e como poucos o fariam por esse mundo fora. Só esse aspecto deveria fazer de todos aqueles que nos fazem chegar tais filmes, verdadeiros homens de honra da Pérsia. Dos poucos que conheço mais próximos do regime, tenho muitas dúvidas que praticamente ninguém reconheça estes méritos, afinal para que serve a revolução se não for para tornar os homens melhores, como tão bem diria Malraux?

 

Junto-me a "Alireza" e perante alguma tristeza dançarei na esperança da libertação deste e de tantos outros embaixadores iranianos, reforçando mais uma vez de que mesmo com convicções ideológicas diferentes do regime, este último tem muito mais a ganhar com a sua liberdade do que com a sua prisão.

 

(Actualização  14/05/2024 - 11h:54m: Sabe-se entretanto que Rasoulof terá alegadamente fugido do Irão...)

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Para ver: "O Mal Não Existe", pelos motivos acima enunciados e se tiverem tempo para mais, do mesmo realizador, "A Man of Integrity".

Para assistir: O "Dona Maria Sunset" regressa mais uma vez à Póvoa de Lanhoso e desta feita será na interessante Quinta do Meira com uma vista fantástica para o Castelo - o tal onde um determinado indivíduo separatista encerrou a mãe. É garantido que não estanto em Lisboa, não faltarei.

Para ler: uma viragem para o teatro com "endgame", "Fin de Partie" ou se preferirem "Jogo do Fim" de Samuel Beckett. Bem actual, sobretudo pela forma como nos deve colocar a pensar nos tempos que vivemos e naqueles que queremos para o futuro. Porque é que coloquei Beckett no meio disto tudo? Não sei.

Para ouvir: um cheirinho de Ramin Kousha e da banda sonora dos "Irmãos de Leila". E lá me chegam à mente tantas cenas... 

Para comer e beber: uma sugestão iraniana sob a mão do Chef Sépideh Radfar. O Khayyam em Lisboa, no Principe Real, é uma viagem pela cozinha persa e uma espécie de reencontro com um jantar num canto da grande Naqsh-e Jahan em Isfahan e que tantas recordações traz. Para beber, permitam-me a sugestão de um branco fantástico, o "Les Hauts de Smith 2019 Blanc" do "Château Smith Haut Lafitte". E até porque compensa na carteira, quem andar por Bordéus e passar pelo terroir de Pessac-Léognan é favor comprar porque vai perfeitamente com uma "Salada Joojeh" ou com um "Ghormeh Sabzi".