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sardinhaSemlata

Um espaço de pensamento livre.

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30.09.24

Um Mundo De Sabores E Palavras…


Filipe Vaz Correia



 

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Nada é mais terapêutico do que cozinhar...

Ou melhor, nada é mais terapêutico do que escrever...

Adoro cozinhar, aquele singelo momento em que um conjunto de alimentos, misturados de acordo com a tua imaginação, acabam numa combinação perfeita, imprevisível, deslumbrante.

Umas simples favas transformadas em sabor alentejano, uma bela feijoada despertando o palato para danças imperfeitas, um insignificante hambúrguer, envolvido em mozzarella e tomate, deslizando por entre um piscar de olhos.

Um texto é também isso, um desafiar da folha em branco, a procura por um momento de inspiração, mesclado com a vontade de ousar, opinar, observar despudoradamente, despudoradamente questionando.

Um prato vazio, despido de sabores, é o sinonimo da folha em branco, esse questionar constante, interrogar opinativo da alma.

Adoro cozinhar, adoro escrever...

Mas o que verdadeiramente me dá um gosto imenso, é sentir no olhar daqueles que provam um singelo prato, ou lêem um tímido texto, o significado de tais iguarias, ou de tão hesitantes palavras.

E por entre um cozinhado ou uma sopa de letras, apresentada nesta Sardinhada de emoções, me realizo, realizando os simples anseios, de mim mesmo.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

26.09.24

Auto da Senhora Professora


UmAnónimo

Foi noticiado esta semana o caso de uma professora de Matemática que, durante 30 anos, deu aulas em várias escolas, tendo mesmo escrito alguns manuais que são utilizados por várias escolas, tendo falsificado as suas habilitações. Depois da estupefação, pus-me a pensar... Como sou uma pessoa que gosta de partilhar, deixo aqui vários pensamentos soltos sobre o assunto, sem qualquer ordem de importância:

1) Segundo algumas notícias, a queixa sobre o assunto foi apresentada em 2021à Inspeção-Geral de Educação. Foram precisos 3 anos para chegar à conclusão que as habilitações apresentadas. Três anos! Para descobrir que não havia licenciatura, nem mestrado.

2) A Professora é co-autora de livros de Matemática que, segundo a Editora "Os dois manuais escolares de Matemática referidos foram alvo de revisão científica, pelo que a qualidade e o rigor dos seus conteúdos foram certificados e sempre estiveram salvaguardados.". Podemos então concluir que, ou os outros autores são amigalhaços, ou os outros autores nunca puseram em causa os conhecimentos da Professora

3) A Professora começou a dar aulas em 1988. Presumo que durante este tempo não tenha havido grandes queixas da professora. Quero acreditar que, de outra forma, teria sido investigada mais cedo. Ou não?

Concordo que o princípio é errado. Não é correto falsificar o curriculum, muito menos para dar aulas. Claro que tem que existir uma penalização. Mas esta expulsão parece-me exagerada. Até porque os primeiros a sofrer serão os que não têm culpa, os seus alunos. Depois porque se uma pessoa leccionou e escreveu livros, é porque adquiriu o conhecimento necessário para dar aulas. Mesmo sem habilitações, parece-me que demonstra que tem os conhecimentos.

Processo de difícil resolução, pois não me parece que haja solução justa

22.09.24

Os incêndios


O ultimo fecha a porta

Esta semana o ar estava irrespirável e o céu cinzento. Os incêndios de Gondomar e Albergaria, ambos concelhos no Litoral do país e em zonas povoadas, poluíam o ar e alma de todos.

Todos, todos, não. Ano após ano, promessa após promessa, sempre o mesmo drama, sempre os mais vulneráveis a ficarem sem casa e sem bens e sempre os mais resistentes a lutarem contra o inimigo.

Culpam-se políticos, culpam-se madeireiros, culpam-se os políticos, culpa-se o "ordenamento do território" seja lá o que isso for e culpo um sistema judicial demasiado brando e pouco mediático na aplicação e divulgação de penas aos infratores.

Não pude deixar de reparar no espetáculo televisivo, com os repórteres a correrem riscos desnecessários com diretos que nada acrescentavam a não ser impôr medo e preocupação a quem assistia.  Culpo-me a mim que me deixei levar nessas audiências, ao ficar refém das imagens partilhadas. 

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