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sardinhaSemlata

Um espaço de pensamento livre.

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17.07.20

A hipocrisia matou a gata.


JB

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  O que se está a passar nos EUA preocupa-me.
  Por um lado temos o Donald Trump e os seus; do outro temos Biden e uma esquerda cada vez mais absurda.
  Um país cada vez mais entrincheirado nos seus extremos e sem pontos de união à vista. Espero que Portugal nunca chegue a este ponto.
  Claro que o Trump, neste momento, é mais prejudicial e mais perigoso. É o presidente e por isso tudo o que faz tem uma importância maior. Convém, no entanto, ver no que alguma esquerda americana se está a tornar.
  Quanto a mim, estão a tornar-se numa sub-espécie ridícula de meninos ofendidos, numa competição de 'virtue signaling' (designação usada para definir pessoas que estão sempre a assinalar as suas próprias virtudes) para ver qual deles é realmente a melhor pessoa.
  Uma frase, com um nome tão pertinente e ajustado como ´black lives matter´ foi usurpada por um grupo de radicais que agora usa como bandeira de um movimento que, envolvido na sua cegueira, vai acumulando a irritação e o descontentamento de qualquer pessoa sensata.
  É um movimento muito preocupado com a 'apropriação cultural' , o que quer que isso signifique. Eu não compreendo bem o conceito: se alguém me quiser tentar explicar agradeço. Sei é que já está a produzir efeitos.
  Há pouco tempo, numa live no Instagram, a actriz vencedora de um Oscar, Halle Berry revelou que estava muito entusiasmada com um novo projecto em que iria representar uma mulher transgénero, que teria nascido com uma biologia masculina (ou vice-versa, não estou certo).   Disse que estava a conhecer mais sobre essa pessoa e que o desafio a estava a motivar enquanto profissional.
  Rapidamente choveram comentários de indignação, muitas pessoas a pedirem para ela recusar o papel e deixar para um actor/actriz transgénero. Há muitos, estão desempregados e ela estava a tirar-lhes o lugar.
  Halle Berry, que quando venceu o seu Oscar fez um discurso memorável sobre a importância dela ter ganho (actriz afro-americana), reflectiu no fim de semana e decidiu recusar o papel. Ainda mais, disse que foi de uma grande inconsideração da sua parte não ter recusado imediatamente. Que reconhece a importância da comunidade transgénero e 'devem poder contar as suas próprias histórias'. Acrescentou que a partir de agora seria uma aliada nas suas lutas.
Estúpido, não é? Também acho. Aposto o meu dedo mindinho que nem a Halle Berry concorda consigo própria. A questão é que ela sabe o que acontece a quem faz frente a este tipo de discurso. Deixa de trabalhar em Hollywood, seja por causa do #Metoo, seja #BLM, qualquer coisa que permita a alguém dizer 'eu sou melhor pessoa que tu porque penso muito nos outros e tu não pensas tanto', é abraçado e glorificado.
Tanto o #Metoo, como o #BLM têm origens válidas: ambos apareceram porque era necessário falar nisso e era urgente mudar emas ambos se transformaram noutras coisas.

  Como já escrevi, espero que não chegue cá. Tenho receio. Portugal está sempre uns 50 anos atrasados em relação aos Estados Unidos e já temos admiradores cá tanto de trumps como da esquerda de que falei. Acredito no entanto, que por sermos mais velhos enquanto país, seremos mais sensatos.
  Acredito sobretudo que a maioria de nós (portugueses sensatos de opiniões diferentes) nunca verá os partidos e as políticas como um clube de futebol (parabéns ao FCP campeão), que o desejo de entender o outro e a abertura a mudar de ideias seja sempre superior à necessidade de ter razão.
  Não há que ter medo de dizer que um actor branco pode pintar a cara de preto e vice-versa, uma mulher pode fazer de homem e vice-versa, que uma africana pode vestir um kimono e se um oriental quiser pode fazer uma dança tribal. Que são absolutamente livres para fazer como entenderem. Que quem ficar melindrado com isso é parvo ou tem outros problemas que prefere não encarar.
 Já temos 877 anos, não somos crianças nenhumas, não nos deixemos cair nestas modas parvas da 'juventude' por favor.

 

JB


* Fotografia retirada do Google atribuída a Getty images

 

  

2 comentários

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    JB 17.07.2020

    Concordo ò menina. Embora no caso da Halle Berry não creio que seja validação que ela procura. Ela não quis foi que a sua carreira acabasse imediatamente. Não sei o que faria se estivesse no lugar dela. Isto no EUA está de tal maneira que ela arriscava-se a ficar sem trabalho e sem convites para nada. É hipocrita e merece repreensão quanto a mim, mas compreendo a necessidade. Por falar em extremismos, e o Trump e a filha a fazerem publicidade a feijões? Que mimo..
    Grande beijinho obrigado
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