A idade da razão
JB
Aparentemente a loucura não é completa.
No Tennessee pelo menos, nos Estados Unidos da América as coisas estão lentamente a melhorar.
Estou a falar da 'youth gender bill' uma lei que vai ser aprovada e que diz basicamente que crianças com menos de 18 anos não podem fazer cirurgias de mudança de sexo. Até há pouco tempo esse limite era os 16 (!) anos. É muito estranho para mim estar a defender os conservadores Norte Americanos mas neste caso muito específico parece-me que estão carregados de razão.
Esta moda de 'o sexo não existe e cada um é aquilo que sente que é' é disparatada e pelo menos eu não alinho nisso. Tento não ser retrógrado, ter a mente aberta e ser empático mas isso não me faz ignorar a realidade.
Numa altura em que Nicola Sturgeon a primeira ministra da Escócia se demite logo a seguir ao escândalo de Adam Graham. Adam Graham era um homem que foi acusado e condenado por violar duas mulheres. Durante o julgamento Adam apercebeu-se que na realidade era uma mulher, mudou o nome para Isla Bryson, uma mulher trans, passou a usar vestido e peruca e apresentou-se no tribunal. O Juiz passou a tratá-la por Sra. Bryson porque se não o fizesse era considerado um homofóbico xenofobo que teria de ser cancelado imediatamente. Pelo mesmo motivo ninguém pôs em causa esta mudança de género porque isso seria praticamente fascismo. Como resultado a Sra. Bryson foi condenada pelos crimes de violação e foi mandada para a prisão.
Bem como Andrew Burns, um criminoso que foi condenado por agredir uma menina de 10 anos e de filmar outra de 12 secretamente numa casa de banho de um supermercado. Agora chama-se Tiffany Scott e assim como a "Sra." Bryson foi condenada e mandada para a prisão.
Ambas as senhoras foram para prisões femininas, naturalmente, para ninguém ficar ofendido.
Ambos os casos estão a dar problemas com recuos e avanços da justiça e uma intervenção desastrosa de Nicola Sturgeon em que baralhava o género dos envolvidos alternando entre Sra. Bryson, indivíduo, ele, ela e uma série de gaffes semelhantes; o que pode muito bem ter sido gota de água final que a levou à demissão.
Já para não falar nos atletas transgénero, maioritariamente que transitam de homem para mulher, e que andam a quebrar os recordes desportivos e um sucesso que nunca tinham alcançado no seu género original.
Pois bem, voltando ao Tennessee e a esta complicada situação em que me encontro ao ter de concordar com os conservadores Norte Americanos:
-O cérebro humano só está completamente desenvolvido aos 25 anos, um cidadão americano só pode beber álcool aos 21 anos, mas fazer uma operação com consequências irreversíveis podia ser aos 16 anos!!! Não faz sentido nenhum.
Não escolhemos a nossa altura, não escolhemos a cor dos olhos nem dos cabelos, não escolhemos o ano em que nascemos, nem podemos escolher o nosso sexo.
Não cedo à chantagem emocional das elevadas taxas de suicidio de pessoas com problemas de identificação de género, a taxa de suicidio da comunidade transsexual sempre foi muito alta e os dados demonstram que o facto de fazer ou não a operação de mudança de género não tem influência positiva nesse ratio.
Correndo o risco de ser insultado de tudo e mais alguma coisa, e depois de muito ler e pensar sobre o assunto, continuo a pensar que não é possível escapar-se ao sexo com que se nasceu, nem ao ano. Acho que cada pessoa no seu dia a dia deve fazer o possível para que os outros se sintam bem, mesmo que isso implique uma mentira piedosa (tratar alguém por 'ela' em vez de 'ele' se a pessoa preferir; dizer a uma pessoa que fez uma operação plástica que parece mais nova etc). Mas o Estado não pode ir nessa conversa senão acabaram-se os desportos femininos e masculinos, as prisões e as casas de banho. Até a arte os os actores estão em perigo!
Bem sei o medo que há de falar neste tema e como é muito mais fácil 'lavar as mãos' e dizer que se gosta de toda a gente e que se é muito inclusivo mas alguém tem que dizer que o rei vai nu e que esta moda (moda porque pelo menos no EUA está a acontecer um aumento exponencial de jovens que se identificam com transgénero ou não binários) é um problema psicológico e não biológico.
JB