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sardinhaSemlata

Um espaço de pensamento livre.

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16.08.22

"A menina dança?"


marta-omeucanto

Casal dançando tango | Vetor Premium

Danço, pois!

Ou melhor, dançava.

 

Não sou do tempo em que os jovens rapazes faziam esta pergunta às donzelas do baile.

Sou mais do tempo dos bailaricos, por altura dos santos populares, na rua onde morava, organizados pelos vizinhos, ao som de uma aparelhagem com gira-discos, em que o mais certo era as raparigas dançarem umas com as outras, enquanto os rapazes ficavam ali de pé, ao alto, a conversar e a beber uma cerveja.

Não que dominasse a arte da dança. Era mais do tipo combinar os passos, consoante a música, e seguir essa ordem.

Isto, na minha infância/ adolescência.

 

Depois, com os 18 anos feitos, e com o namorado a dispensar essas andanças, virei-me para as discotecas.

Música dos anos 80, de preferência.

Era dançar desde que a pista abria, até irmos embora, com ligeiras pausas para beber água e descansar 2 ou 3 minutos.

Bons tempos...

 

Entretanto, o namoro acabou.

Veio outro e, com ele, uma nova realidade: os bailes nas associações recreativas.

Quase todos os fins de semana, numa localidade ou noutra, havia bailes.

Pagos, é certo, mas valia a pena. E desengane-se quem pense que era só para a malta mais velha. 

Por incrível que pareça, via por lá muitos casalinhos novos, e adolescentes que, provavelmente, iam ali passar o tempo até à hora de ir para a discoteca.

Quanto a mim, ia alternando entre bailes e discotecas, afinal, o que interessava era dançar. Mas começava, dada a música que passava nas discos, a preferir os bailes.

 

Até que o casamento, e uma filha para cuidar, levou a uma interrupção de alguns anos quanto a essas lides.

Só mais tarde, já com ela crescidinha, e o meu actual marido, voltei aos bailes, acompanhando uma banda de quem nos tornámos fãs.

Nessa altura, já se sentia aquela vergonha de ser os primeiros a avançar para o meio do baile, e começar a dança.

Mas íamos, logo em seguida, quando já lá estivesse alguém.

Duas ou três horas a dançar, ora com o marido, ora com a filha.

 

A banda acabou.

As idas ao baile também.

Não é que não sinta falta, afinal, esta menina sempre dançou e, se lhe der para isso, ainda dança.

Mas já não é a mesma coisa.

 

Hoje em dia, há quem se vire para as danceterias.

Há quem continue a ir aos bailes de rua.

E há, claro, quem prefira as discotecas.

 

E aí desse lado, quem é dado a um pezinho de dança?!

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