A problemática do metro quadrado
UmAnónimo
imagem furtada ao ECO (dados 2019)
Navegava eu alegremente pelas redes sociais quando vi um anuncio de um novo edifício perto do Campo Pequeno. Movido pela curiosidade, abri a publicidade e fui brindado pelos preços: T0 de 52m2 por 410.000€, t1 de 63m2 por 470.000€, o que perfaz respetivamente 7884 e 7460€ por metro quadrado. Ou seja, grosso modo, 7500€ por metro quadrado.
E por aqui fico a pensar se não me terei enganado e não estarei a ver uma qualquer casa em Manhattan. E continuo a pensar que ou estão as construtoras desfasadas da realidade, ou estou eu. Mas, chego à conclusão que devo ser eu, pois rapidamente constato que já várias das frações já estão vendidas, nomeadamente t2 entre os 800 e os 900 mil euros e os t3 sempre acima de 1.000.000€.
Levado por uma atração para o abismo, fui ver as frações mais caras. T5 acima dos 3.000.000€. E fico a pensar que ensandeci de vez. Admito que as casas têm um belíssimo aspeto. Concordo que é uma zona premium. Mas a escalada dos preços começa a atingir valores absolutamente pornográficos.
Um apartamento que entre na ordem do milhão era uma coisa fora do normal, quase notícia do telejornal. Hoje, quase todos os prédios construídos têm algumas frações nesta ordem de grandezas. Fico a pensar como é possível.
E fico a pensar ainda mais como é possível quando o salário médio na área metropolitana de Lisboa é de 1429€.
Ou seja, com o salário médio, consegue-se comprar 0,19 metros quadrados por mês neste novo empreendimento