Abstenção
O ultimo fecha a porta
A abstenção política é aquela palavra que só se pronuncia no dia das eleições.
No dia a seguir já se esquece.
Todos somos consensuais que a temos de combater pela importância do voto nos destinos da nação e da nossa sociedade.
Nestas autárquicas tornamos a ter números elevados o que é preocupante. É um cliché mas é verdade.
Existem "sempre" várias razões especificas: a data das eleições; a meteorologia - ou porque chove, ou porque está calor; agora é a pandemia. Mais uma vez a pandemia a ser "bode expiatório" para tudo. Para ir para a noite ou para jantaradas sem máscara não há pandemia, mas para ir votar já há.
Mas será que olhamos para a imagem completa?
Reparei que ao contrário das presidenciais, o Facebook não apelou ao voto e sobretudo nas televisões falou-se pouco dos problemas locais.
Dois debates apenas em sinal aberto para o Porto e Lisboa.
A campanha foi monopolizada pela bazuca e por altos responsáveis políticos a falarem sempre do mesmo assunto. Algo que não chega ao cidadão comum, nem às suas reais necessidades do dia a dia. Esta é uma das grandes razões pelas quais as pessoas se alheias e se desinteressam: os políticos estão longe da população. Pensam muito no seu umbigo.
Achei também curioso o voto "útil": a arrogância e as vitórias cantadas levaram algumas pessoas a ir às urnas só para darem uma lição de fair play.
Só no dia das eleições se sabe o resultado e cada voto conta. É aqui a mensagem que quero passar: não devemos deixar nas mãos dos outros o nosso destino.