Acerca do Curso de Medicina na Católica
Triptofano!
O Mestrado Integrado em Medicina da Universidade Católica que está planeado arrancar no ano lectivo de 2021/2022 dividiu opiniões: uns aplaudiram a liberalização do acesso ao ensino de Medicina enquanto que outros apontaram o dedo àquilo que dizem ser uma auto-estrada sem portagens para os filhos dos ricos se tornarem médicos.
Infelizmente, como já costuma ser hábito, as pessoas acabam por se perder nos detalhes em vez de se focarem no essencial, que é o facto de haver falta de médicos especializados, sendo essa falta sentida mais acentuadamente fora dos grandes centros urbanos.
Mais importante do que se gritar palavras de ordem contra o curso de medicina da Católica ou contra a Ordem dos Médicos, é perceber de que forma se conseguem ter mais médicos especializados sem diminuir a qualidade do ensino, como é que se evita que após o término do curso um médico abandone o país ou quais as medidas a tomar para aliciar um profissional de medicina a exercer em zonas com cada vez menos acesso aos cuidados de saúde.
Guerras, guerrinhas, egos e um constante viver no passado e recusar a construir um futuro melhor serão o verdadeiro hecatombe do Sistema Nacional de Saúde, e atrevo-me a dizer que quando esse dia chegar (se algum dia chegar o que sinceramente espero que não aconteça) vamos-nos arrepender de termos passado mais tempo a queimar pontes do que a derrubar muros.