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sardinhaSemlata

Um espaço de pensamento livre.

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13.11.23

António Costa: Uma Crise De Regime


Filipe Vaz Correia



 

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Portugal viveu nesta semana um turbilhão sem comparação, com a demissão do Primeiro-ministro e do seu respectivo governo.

Tudo o que aconteceu, nesta semana,  deixa um vasto conjunto de questões, um repertório de perguntas que nos assolam enquanto cidadãos.

Estamos perante um processo de corrupção sem evasão fiscal, o que facilmente se pode compreender como improvável, assim como, continuamos a sobreviver a estes processos fundamentados única e exclusivamente em escutas.

Não vou aqui discutir a culpabilidade de António Costa, vou aqui expressar a, minha cada vez mais certa, judicialização da política.

Vivemos num tempo em que a conversa de café é o mantra oficial da República, onde os comentários da internet são o pulsar da sociedade e isso acaba por se tornar incompatível com um escrutínio isento ou distante da realidade do dia a dia.

Neste processo e depois de analisar as escutas, e sem desprimor por quem venha a descobrir o contrário, não consigo encontrar nada que possa se encaixar em corrupção,, porém na costumeira acção do ministério público as escutas e outros enquadramentos do processo já estão no domínio público.

Continuo convicto de que a vontade do Ministério Público não é a de fazer justiça mas sim a de condicionar a opinião pública e de nos levar a um enfraquecimento do regime.

É a minha convicção.

Processos decididos em praça pública não são sinónimos de justiça mas sim de populismo e de justicialismo...

E tenho pavor destes processos e destas ideias.

Uma questão:

Quantos acusados pelo ministério público, nestes casos mediáticos e nestas últimas décadas,  acabaram por ser condenados?

Quantos anos demoram a ser acusados?

Se calhar o único poder não escrutinado na nossa democracia é o do ministério público,num misto de tristeza e arrepio.

Estamos perante uma crise de regime, porém creio que essa crise advém de uma justiça mediática e populista na esperança de que o trigo seja misturado com o joio...

Todos os políticos são ladrões, todos os que se opõem são coniventes.

E verdadeiramente é disto que tenho medo.

Tenho medo de uma justiça política assim como de uma política que se amarra à justiça.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

 

 

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