As abelhas são nossas amigas!
Ana D.
“Se as abelhas desaparecerem da face da Terra, a humanidade terá apenas mais quatro anos de existência. Sem abelhas não há polinização, não há reprodução da flora, sem flora não há animais, sem animais, não haverá raça humana.”
Albert Einstein, 1879-1955
O número de colónias de abelhas tem vindo a reduzir-se drásticamente, não só no nosso país, mas também nos países no Oeste da União Europeia e até nos EUA, Rússia e Brasil. Para lembrar a importância da polinização e dos seus diferentes agentes polinizadores para um desenvolvimento sustentável, a Organização das Nações Unidas proclamou o dia 20 de maio, como o Dia Mundial da Abelha.
Sei que alguns não gostam delas ou que até as receiam, mas as abelhas são, tal como outros polinizadores, essenciais para os nossos ecossistemas e para a biodiversidade.
Poucas plantas têm a capacidade de autopolinização. A grande maioria depende de animais, do vento ou de água para se reproduzir. A este propósito, refira-se que cerca de 90% de todas as plantas com flor precisam da ajuda de insetos para se reproduzirem e as abelhas são responsáveis por cerca de 80% de toda a polinização feita por insetos. Adicionalmente, a Organização para a Alimentação e Agricultura das Nações Unidas (FAO) estima que 75% das espécies agrícolas cultivadas para alimentação global estão dependentes da polinização feita pelas abelhas para a reprodução e manutenção da biodiversidade.
Em resumo, menos polinizadores é sinónimo do declínio de várias espécies de plantas, que podem até desaparecer, por dependerem destes animais, situação que também terá impacto na segurança alimentar.
Em termos económicos, refira-se que em Portugal, e de acordo com os dados recentes, o contributo económico dado pela polinização de vários insetos, principalmente pela abelha, vale aproximadamente 800 milhões de euros. À escala da União Europeia este valor sobe para os 15 mil milhões de euros.
A própria Comissão Europeia alertou para este declínio das populações de polinizadores, estimando que cerca de um terço das populações de abelhas estejam a desaparecer em virtude da ação humana. A degradação dos habitats, a agricultura intensiva, os pesticidas, as espécies invasoras, como a vespa asiática, algumas doenças e ainda as alterações climáticas e os eventos meteorológicos extremos, em muito contribuem para esta situação.
Em Portugal, acrescem ainda os incêndios florestais que têm sido particularmente devastadores para muitas colmeias, deixando as abelhas sobreviventes sem alimento.
Em 2023, a Federação de Apicultores revelava que Portugal tinha perdido "cerca de 200 mil das mais de 700 mil colmeias" devido ao decréscimo do efetivo de abelhas que veio sendo registado desde há três anos e que se terá agravado com a seca de 2022.
Mas perante este cenário o que podemos - nós cidadãos (que não somos agricultores e que muitas vezes até só temos uma pequena varanda ou jardim), fazer para ajudar as abelhas?
Pode parecer difícil, mas cada um de nós também pode ajudar através de ações tão simples como plantar e ter flores e ter pequenos recipientes com água nas nossas varandas e pequenos jardins, para que as abelhas possam viver melhor.
São PEQUENOS gestos a favor de GRANDES resultados!
Gestos simples, que mais uma vez evidenciam o valor da Cidadania e do altruísmo, desta vez em favor das abelhas, dos ecossistemas e da biodiversidade.