Morreu o Senhor Aurélio Pereira e com ele uma fatia imensa do Sporting da Era moderna, assim como grande parte de uma geração que transformou o futebol Português.

Se pensarmos no campeonato da Europa de 2016, nessa histórica equipa que venceu para Portugal pela primeira vez uma competição internacional Sénior, perceberemos facilmente o porquê da importância de Aurélio Pereira.

Rui Patrício, João Moutinho, Ricardo Quaresma, Cristiano Ronaldo, Adrien Silva, Nani, Cédric Soares, entre outros que faziam parte desta equipa foram descobertos por ele...

A um olheiro de classe mundial bastaria para a sua afirmação ter descoberto Cristiano Ronaldo, no entanto, a este Aurélio Pereira juntou Figo e Futre, e ainda todo um rol de talentos para todos os gostos e todas as posições.

Dizem que bastava um olhar, depois uma conversa e por fim o desenvolver de talentos que tão bem preconizava.

Aurélio Pereira era um homem à frente do seu tempo e não fosse a época em que nasceu e hoje seria, caso tivesse querido, o director de scouting, pago a peso de ouro, de um Real Madrid da vida.

Uma vida, dois bolas de ouro que sem ele provavelmente nunca teriam sido os craques que hoje são, e para terminar o reconhecimento de um clube maior do que a sua própria vida, pois o seu amor pelo Sporting foi sempre algo que demonstrou em cada palavra, a cada momento, em cada pedaço do seu ser.

Mudou vidas e destinos, marcou para sempre o País e o seu Sporting.

PS. O imitar de Very-Lights ontem no Estádio da Luz aquando do minuto de silêncio de Aurélio Pereira, apesar de certamente ter sido perpetrado por uma minoria, diz bem de como estamos enquanto sociedade.

Energúmenos incapazes de empatia e gratidão para com outro Ser Humano, apenas porque a sua cor clubística era outra, ou seja, diferente da sua.

Triste e desprezível.

Filipe Vaz Correia