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sardinhaSemlata

Um espaço de pensamento livre.

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29.08.20

Caldeirada Com Todos... “Charneca Em Flor”


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Primeiro que tudo quero dizer que me senti muito honrada com o convite para participar na vossa rubrica “Caldeirada com todos". Declaro já que caldeirada é um prato que aprecio muito. Tal como tantos outros pratos da cozinha tradicional portuguesa. A história que vos quero contar passou-se, precisamente, num restaurante regional e chegou acompanhada por sopas de cação e ensopado de borrego.

No último fim-de-semana fiz uma viagem até ao Algarve, mais precisamente à zona de Castro Marim. Na volta para casa, parei em Mértola para jantar. As refeições em restaurantes têm sido muito poucas e, sempre que possível, opto por ficar na esplanada. E foi o que aconteceu. A maioria das mesas da esplanada estava ocupada e assim fiquei na primeira mesa junto ao passeio. Quando a sopa de cação já estava à minha frente, chegou um grupo de 6 pessoas de meia-idade. Assim que apareceram percebi logo que eram turbulentas. Nenhum deles usava máscara. A maneira como falaram com o empregado dava logo a entender que tinham a mania que eram importantes tal era a insistência em obter uma mesa. Sempre que saia alguém, iam falar com o empregado. Será que não ocorreu a nenhuma destas pessoas que talvez fosse melhor reservar mesa em vez de se irem “plantar" à porta do restaurante? Se os estabelecimentos cumprirem as regras de distância entre as mesas, presumo que terão menos lugares disponíveis logo é mais difícil chegar ao restaurante e ter logo lugar. Mas isso nem foi o pior. Qual não é a minha surpresa quando vejo uma das senhoras a menos de 50 cm de mim, junto à mesa. Relembro que ela não tinha máscara e eu também não tinha porque já estava a comer. Felizmente nem foi preciso dizer nada. Só comecei a levantar a cabeça para lhe lançar o meu “olhar matador" e uma das outras senhoras chamou-lhe a atenção para a distância, embora com um tom de algum desdém como se desse pouca importância às regras de distanciamento. Pelo menos foi eficaz. Creio que, na era pré-Covid, já era falta de educação ficar quase em cima das pessoas que estão a jantar mas, actualmente, manter a distância é uma medida essencial de saúde pública.

O que eu concluo com esta situação é que as pessoas não sabem viver em sociedade. A pandemia veio acrescentar novas regras de convivência entre as pessoas que ainda não estão completamente interiorizadas. Ou então, há quem ache que está acima dos outros. Lembram-se de quando se dizia que a pandemia ia fazer de nós pessoas melhores? Eu nunca acreditei muito nessa teoria apesar de me considerar ingénua em alguns aspectos. Ou então é a vida que me tem vindo a tornar cada vez pragmática.

Cada vez tenho mais a certeza de uma frase que tenho utilizado muito nos últimos meses, “as pessoas não sabem estar".

 

 

Charneca Em Flor

 

 

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