Caldeirada Com Todos... “Daniela Calisto”
sardinhaSemlata
E de repente começamos a vislumbrar o regresso à vida quotidiana, porque a economia não pode parar e o vírus, pelos vistos, também não.
Se já assistíamos a um número crescente de pessoas em teletrabalho, a verdade é que não era esta a realidade para grande parte dos trabalhadores, como facilmente se demonstrava através das intermináveis filas de trânsito, no acesso aos grandes centros urbanos.
Não estando em causa as profissões que são, pela sua natureza, incompatíveis com o teletrabalho, a verdade é que em poucos dias tudo se tornou possível, demonstrando a "nossa" grande capacidade de adaptação e criatividade para lidar com a realidade que nos rodeia.
Basta pensarmos no núcleo familiar que coabita, em poucos metros quadrados, conciliando o teletrabalho com a telescola, dando uma nova dimensão ao velho dilema de conciliação entre a vida pessoal e profissional.
Agora somos confrontados com uma nova etapa desta realidade que irá passar por voltarmos às velhas rotinas, com a presença deste novo factor, ou seja, este vírus no nosso dia a dia.
Questiono-me em como iremos voltar aos open spaces, aos edifícios hermeticamente fechados, altíssimos, partilhando elevadores, espaços de refeição, restaurantes, etc...
Sem contar com a realidade escolar onde, certamente, será mais difícil impor distâncias dentro das salas de aulas ou nos recreios.
Mas tal como não pensava que seria possível "fechar" o Pais em dois dias ou deixar em terra todas as frotas de aviões, acredito que iremos conseguir nos adaptar e reinventar.
Se não formos capazes dessa disciplina e criatividade correremos o risco de voltar rapidamente para casa, inundados por números pouco simpáticos que colocarão em causa a reputação que temos vindo a conquistar pelo mundo, assim como a saúde de todos nós e a recuperação económica que tanto precisamos.
Não tenho as respostas mas estou curiosa por "espreitar" como será o mundo daqui a um ano...
Por outro lado, às vezes, não ter respostas ou certezas absolutas não significa algo negativo, basta ver as certezas que nos são apresentadas em Brasília ou em Washington.
Daniela Calisto