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sardinhaSemlata

Um espaço de pensamento livre.

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04.07.20

Caldeirada Com Todos... “Um Anónimo Em Lisboa”


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Um dos maiores problemas que temos hoje é a inabilidade das pessoas de se comunicarem — não somente a um nível intelectual como também a um nível emocional — então encontramos pessoas que não conseguem tocar outras pessoas ou amar outras pessoas, e esta é uma música sobre a inabilidade de se comunicar, chamada ‘The Sound of Silence’.

 

Esta introdução foi feita por Paul Simon, num programa na televisão do Canadá, em 1966. Mais de 50 anos depois, continua a manter-se verdadeira.

Hoje, não é só inabilidade das pessoas de comunicarem, mas sim de se relacionarem e de viverem em conjunto. E uma das grandes dificuldades é a generalização de grupos/tribos.

Diziam-me no outro dia que os ciclistas são uns irresponsáveis e um perigo para quem anda no passeio. Respondia outro que os automobilistas não respeitam ninguém.

Quanto a mim, o problema não são as bicicletas, nem os automóveis, nem os peões. São as pessoas. E a sua falta de respeito. Porque é tão grave e perigoso o ciclista que circula a alta velocidade em cima do passeio e passa sinais encarnados, como o automobilista que estaciona em cima do passeio ou guina para cima do ciclista, como o peão que atravessa onde lhe apetece ou que passeia alegremente em cima da ciclovia. Propositadamente dei um exemplo em que cada um prejudica os outros dois. Porque o problema não é o meio de locomoção, mas sim quem o dirige. O problema é sempre a pessoa e nunca o meio. Não percebo a raiva que uns grupos têm aos outros. E assim, cada um escolhe o seu lado e debita defeitos do(s) outro(s).

Digo isto a propósito das recentes ciclovias pop-up na Rua Castilho e na Av. Almirante Reis. Se no primeiro caso havia alternativa, e até com mais sentido (fazer a ciclovia na Alameda Edgar Cardoso, ligando a que existe no Palácio da Justiça à que passa pelo Marquês de Pombal), no segundo caso não vejo alternativa. É uma via amplamente servida de transportes públicos. Só faria uma alteração. Teria construído no sentido descendente e não ascendente, facilitando o escoamento automóvel para sair do centro.

É um assunto que todos terão que assimilar. As bicicletas, trotinetes, skates, segways e outros aparelhos que nem sei o nome começam a conquistar o seu espaço e a crescer a sua utilização. Não sei os números, mas em junho praticamente não existiam bicicletas abaixo de 1000€. Estavam esgotadas. Isto significa que mais pessoas estão a utilizar este meio, quer recreativamente, quer como meio de transporte. E, como em todas as alterações, é necessário criar condições para a sua utilização. E estas condições, como o espaço das cidades é limitado, passam pela conversão de zonas anteriormente pedestres ou para automóveis em zonas que permitam a circulação destas novas modalidades. Não é desprimor para ninguém. É apenas criar condições para que todos circulem em segurança.

 

Aproveito para relembrar que as ciclovias pop-up têm uma grande vantagem em relação às outras. É que são facilmente conversíveis à sua utilização original. É até uma excelente maneira de testar, sem grandes custos.

Termino agradecendo o convite de deixar aqui a minha posta (de sardinha, obviamente).

 

PS: O vídeo escolhido é uma versão de uma versão. Adoro o original, mas os Disturbed deram-lhe um peso que a música precisava. Quanto a mim, das raras músicas em que que a versão supera o original. E a segunda versão pois este não é o videoclip oficial mas uma montagem do Tiago Teixeira, que fica sublime.

 

Um Anónimo Em Lisboa

 

 

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