Capitalismo: 99% De Doentes e 1% De Imunizados…
Filipe Vaz Correia
Por estes dias deparei-me com um estudo da Oxfam sobre a distribuição da riqueza mundial...
Pasme-se o mais incrédulo quando os números vão na direcção de 1% da população mundial deter quase 80% da riqueza do globo.
Parece inacreditável?
Pois parece.
Sendo assim fui à procura dos vários relatórios e notícias sobre este tema e fui encontrando em todos eles a mesma tendência:
Seja 1% ou 10% detêm entre 60 a 80% da riqueza mundial.
Parece certo este facto, assim como, este intervalo de valor.
Sou um capitalista convicto ou seja acredito que este é o modelo mais perfeito, dentro das suas muitas imperfeições e contradições, que podemos encontrar na construção das nossas sociedades, no entanto, não posso deixar de admitir que este fosso entre os mais ricos e os mais pobres nos leva para um patamar de indignidade que nos levará invariavelmente para um cenário de convulsão.
Como pode ser possível que um número tão diminuto de pessoas possa controlar tão imensa fatia da redistribuição de valor do nosso planeta?
Como poderá haver progresso em nossas sociedades assente no bem estar comum, sendo que existe, como parece claro, uma distorção do paradigma de mérito ou até de igualdade de oportunidades?
Como poderá existir tamanha concentração de capital nas mãos de tão poucos sem que para isso exista cartelização ou mesmo monopolização de certos sectores, muitas vezes isentos de impostos?
Estas questões foram ecoando em mim, acicatando e encanitando estas contradições que saltam ao olhar de qualquer um em boa fé.
Sendo que a resposta não passará pelos apelos comunistas e de uma certa esquerda radical capazes de vender ilusões e demagogias quando em seus regimes, sempre autoritários e castradores, as pessoas são votadas, na sua esmagadora maioria, a vidas de absoluta pobreza e até escravatura económica ou social.
Mas não podemos esconder, em nome de crenças enraizadas desde o berço, que o capitalismo mundial está doente, definhando a olhos vistos a cada crise e recessão, entregue a Musks e Emirs, a magnatas endinheirados que vivendo em suas redomas douradas se esquecem como poderá viver o cidadão comum.
Como isto me faz lembrar do livro o Drº Jivago de Boris Pasternak e o respectivo fim do império Russo e dos Romanov.
Como diz um querido amigo meu:
"Se isto fossem todos Nabeiros, o capitalismo corria bem melhor."
Não podia estar mais de acordo,
Agora fica a reflexão e a pergunta que não quer calar:
Para onde vamos nós?
Filipe Vaz Correia