CDS: A Morte De Um Partido Fundador Da Democracia Portuguesa…
Filipe Vaz Correia
O CDS morreu...
Esta afirmação pode parecer para muitos algo exagerada, no entanto, julgo que nunca foi tão próxima da realidade como agora.
As palavras de tantos como Adolfo Mesquita Nunes, Inês Teotónio Pereira, António Pires de Lima, Paulo Portas, António Lobo Xavier, Nuno Melo, João Almeida, Francisco Mendes da Silva, entre tantos outros, deixa desnudada a parte esventrada de um Partido fundador da Democracia Portuguesa, entregue aos caprichos de um bebé mimado.
"Chiquinho" Rodrigues dos Santos trancou a creche, local em que ele transformou a sede do CDS, guardou a chave e de lá ninguém o tira.
Faz lembrar um certo episódio do meu SCP, num tempo tenebroso, onde apareceu o queridíssimo Victor Espadinha em desespero procurando o "idiota" que presidia o Clube para lhe tentar dar dois pares de estalos para ver se ele se ia embora...
Alguém telefona ao Victor Espadinha para ele ir ao Largo do Caldas?
A tristeza com que assisto a este tenebroso espectáculo equivale à raiva instalada na minha alma, olhando para um partido como o CDS sequestrado às mãos de Jotinhas primários capazes de tudo para se manterem no poder.
O sonho deles é sobreviver ao anunciado naufrágio, aliarem-se ao enquistado Rio e numa coligação moribunda almejarem derrotar o "marajá" Costa...
Se para isso precisarem de Ventura, como aconteceu nos Açores, que seja.
Ai os valores, as palavras, a decência que falta a esta gentalha.
Se Rangel vencer as eleições no PSD, e não permitir uma coligação com o CDS, iremos assistir ao fim do partido em directo nestas legislativas, num salto para o precipício do menino Chiquinho que levará o CDS para uma espécie de brunodecarvalhização.
Os direitos de autor da expressão brunodecarvalhização do partido são do Francisco Mendes da Silva.
Enfim, sobra nesta tristeza órfã a esperança de que um dia se possa recuperar, num outro espaço, num novo caminho, esta parte da Direita Portuguesa, essencial a uma salutar e equilibrada Democracia.
Viva o CDS.
Filipe Vaz Correia