Costa E Vieira: “Os Bastidores Do Poder”
Filipe Vaz Correia
É preciso não ter vergonha nenhuma...
Começo assim o meu texto semanal, nesta sardinhaSemlata, num misto de desabafo e constatação por entre a polémica que envolveu António Costa e o seu apoio a Luís Filipe Vieira.
No meio do rebuliço provocado por esta noticia importa salientar a hipocrisia com que António Costa tentou desvalorizar o assunto...
Uma vã tentativa do Primeiro-Ministro pois devido à gravidade do gesto, este irá ainda marcar a agenda política por bastante tempo.
Costa apoiou Vieira, entrando para a sua comissão de honra, (salientar honra com letra bem pequena), neste acto eleitoral que se aproxima no SLB.
Um gesto incompreensível e absolutamente inaceitável de António Costa, tendo em conta as suas funções, misturando o que não pode ser misturado, sendo que a desculpa de que o gesto foi tomado a título pessoal, enquanto cidadão e sócio, também não o iliba de criticas...
António Costa, volto a repetir que se trata do actual Primeiro-Ministro, apoia Luís Filipe Vieira, um cidadão envolvido em acusações Judiciais, entre elas o Caso Lex onde se encontra arguido e suspeito de corrupção, para além do seu envolvimento no BES e BPN onde com as suas dividas acabou lesando em Milhões de Euros esses Bancos, logo os contribuintes que serviram de garantia aos resgates dos mesmos.
É ou não é uma vergonha?
É!
E António Costa quer que nós, cidadãos, olhemos para isto como se nada se tratasse, como se estivéssemos a assistir a um gesto trivial que em nada mistura a política e o futebol, a trafulhice e o poder de decisão...
Claro que mistura, que indigna, que revolta.
Aliás não deixa de ser curioso que Costa demonstre um maior e mais intenso apoio a Luís Filipe Vieira do que aquele que demonstrou ao seu amigo de tanto tempo, de toda uma vida política...
José Sócrates.
Pois é...
E olhem que se tivesse de apostar em qual deles, Vieira e Sócrates, conseguiu mais "empréstimos"...
Cala-te Boca!
Enfim...
Uma vergonha de dimensões indescritíveis e que apenas vem salientar aquilo que todos já sabíamos:
Alguns não têm mesmo vergonha nenhuma.
Filipe Vaz Correia