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sardinhaSemlata

Um espaço de pensamento livre.

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13.09.22

Culpar os outros torna-nos menos culpados?


marta-omeucanto

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No outro dia, uma pessoa que conheço foi bloqueada numa rede social, após ter feito um comentário, num vídeo em que um humano agredia um animal, por incitar à violência.

Não contente com o seu bloqueio temporário, que considerou injusto, denunciou o vídeo.

E foi mais longe: começou a procurar outras publicações, e outros comentários, para denunciar.

A ideia era um pouco ao género "se me bloqueiam a mim, porque é que os outros não são bloqueados também?".

 

Mas, pergunto-me eu, em que é que isso lhe resolve o problema?

Em que é que isso atenua a acção que teve?

Em que é que isso lhe elimina a responsabilidade?

 

É como um ladrão ficar chateado por ser apanhado, e começar a identificar todos os outros ladrões que conhece, para que sejam apanhados também. Mas isso não o torna menos ladrão! Não lhe retira o crime, nem apaga a culpa.

Ou como um condutor que, não contente por ter sido apanhado a cometer uma infracção, acusa outros de fazerem o mesmo, e escaparem impunes. Isso não invalida a sua infracção!

 

Ou seja, essa pessoa deveria, mal viu o vídeo, tê-lo denunciado, se achava que assim se justificava.

Mas não.

Viu, comentou, poderia até ter partilhado com outras pessoas, e tudo estaria bem, se não tivesse sido bloqueado.

Como foi, já o vídeo era mau para estar ali publicado.

 

Já sabemos como funcionam estas políticas das redes sociais. 

Muitas vezes censuram o que não tem motivo para tal, e deixam passar outras coisas que deveriam ser censuradas.

E sim, o vídeo incitava à violência contra animais.

Mas, de mesma forma, o comentário incitava à violência ao humano que estava a agredir o animal.

Portanto, estavam os dois mal.

 

A questão é que, quanto aos outros, não se pode fazer nada.

Mas as nossas acções, e os nossos comentários, ainda podemos controlar.

Por isso, é evitar dizer a primeira coisa que vem à cabeça, sempre com aquela desculpa da liberdade de expressão, porque há muita coisa que é preferível não dizer.

 

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