Desabafos Poéticos
Filipe Vaz Correia
Vou caminhar pelas pedras salgadas deste escrevinhar que me preenche, este puzzle de palavras que me compõem sem mais delongas.
Escrever, mais escrever, e outra vez escrever nessa libertação que se agiganta em cada linha empoeirada, muleta imaginada de um conto pueril.
Tenho saudades minhas, nossas, de um conjunto de realidades que me fazem ser outra pessoa, outro alguém que não eu mesmo...
Encarnado, azul ou verde, pedaços de mim transformados em nunca, em nada, num todo maior que se manifesta acima dos sonhos.
Sei bem que em cada linha desta sardinha se perde a vontade maior dessa virgindade amarrada, esse descobrir sedento de questões...
Quero ser uma virgula no caminho, uma poeira na imensidão de questões.
Ser poeta, perdido entre olhares, nada mais é do que uma busca intemporal por essas respostas que nos parecem impossíveis...
E os impossíveis nada mais são do que o reflexo dos nossos medos.
E entre linhas de uma Sardinha me vou perder, sempre procurando a definição interporal de nós mesmos.
Porque sonhar...
É apenas o soletrar de um sussurro que não temos coragem de expressar.
Filipe Vaz Correia