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sardinhaSemlata

Um espaço de pensamento livre.

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21.06.25

Desígnios Maiores


Ana D.

jun_air india.jpgNo meio daqueles fortuitos lapsos de tempo em que aguardamos por algo ou em que simplesmente tomamos um café e resolvemos deslizar o olhar pelas nossas redes sociais, numa busca por tudo e por nada, acabei por me deparar com algumas histórias que de alguma forma se perderam com o desastre aéreo na Índia.

Histórias de pessoas, como todos nós. Pessoas com tanta vida pela frente... pessoas com sonhos... pessoas que de tanto abdicaram em prol da realização de um presente e de um futuro certamente tantas vezes sonhado e que lhes foi brutalmente ceifado naquele fatídico dia.

Todas as vitimas de tamanho desastre, mas certamente também todos aqueles que os viram partir e que nunca mais os verão chegar e todos os que esperavam vê-los chegar e que hoje vivem ou sobrevivem com a dor de saber que tal jamais irá acontecer, foram traídas no seu sonhar e no seu querer.

Histórias de famílias prestes a encetar uma nova vida, um novo futuro ciosamente preparado pelo marido e pai ao longo de seis anos e que deveria ter começado após aquela viagem. Histórias de pais que viajavam para visitar os seus filhos ou até para acompanhar as suas filhas/noras no nascimento dos seus netos. Mulheres que regressavam para junto dos seus maridos e vice-versa.

Homens e mulheres que apenas estavam a cumprir mais uma jornada de trabalho antes de regressarem para junto dos seus. Jovens médicos residentes que não estando no voo, acabaram por perecer em resultado daquela viagem. Ou ainda o caso do marido que tendo perdido a sua esposa há sete dias, veio à Índia para cumprir o seu último desejo de ali ser sepultada e que acabou por ali perecer vitima deste hediondo acidente, deixando órfãs de pai e mãe, no espaço de uma semana, duas crianças de 4 e 8 anos.

São pessoas... famílias, para quem nada mais será igual.

Vale a pena pensar nisto, já que tantas vezes por imperfeição humana deixamos de viver o presente em prol de preparar um futuro... um futuro planeado a primor, perfeito ou quase perfeito, mas que na realidade não sabemos como será ou sequer se existirá, porque a vida tem desígnios tão maiores do que nós e os nossos sonhos.

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