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sardinhaSemlata

Um espaço de pensamento livre.

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30.01.23

Direita: Abismo Ou Reinvenção?


Filipe Vaz Correia

 

 

 

 


Escrevo estas linhas numa forma de desabafo de um eleitor de centro direita que toda a vida votou PSD, excepcionalmente CDS e IL.

Ao longo da semana fui espreitando alguns excertos dos discursos dos congressos da IL e do Chega que verdadeiramente me deixaram arrepiado.

Do Chega nada a surpreender tal o nível demonstrado pelos Ogres Venturistas que compõem o desventurado tutano desse partido, no entanto, não posso deixar de me surpreender com a falta de noção de muitas das intervenções que vi no congresso da IL.

Um verdadeiro cenário de horror, de vergonha alheia, de berros e gritos, de "liberómetros", de desnorte e vociferia.

No PSD, há muito, que deixei de acreditar, não só pela falta de qualidade dos quadros que actualmente nos apresentam mas acima de tudo desde a última eleição interna...

Escolher Luís Montenegro quando se pode votar em Jorge Moreira da Silva não é apenas um erro histórico mas essencialmente a demonstração da pequenez de quem vota, dessa falta de noção num rumo diferente para o País.

O CDS...

Morreu.

Assim, cada vez mais, tenho pensado que se impõe a criação de um novo partido que pudesse acolher centristas, conservadores, liberais, num projecto agregador similar ao que um dia foi o PPD/PSD.

Um partido capaz de acolher Cecília Meireles ou Adolfo Mesquita Nunes, Francisco Mendes da Silva ou António Lobo Xavier, que atraísse Carlos Guimarães Pinto ou Raquel Abecassis, que conseguisse suportar um pensador irreverente como Pacheco Pereira ou corresponder à esperança depositada em Carlos Moedas.

Um partido que desde a primeira hora pudesse marcar águas, explicar ao eleitorado que JAMAIS nos sentaríamos ao lado de populistas e demagogos e que JAMAIS nos aliaríamos a um partido como o Chega.

Um partido que sendo de direita não tenha vergonha em ter causas sociais, em ter preocupações ambientais, indo para lá da economia mas fazendo valer a importância que esta tem na construção de um futuro que se impõe.

Uma alternativa a este caminho de esquerda que tem sido cimentado por António Costa e que se sustenta no vazio crescente de uma direita, em muito, entregue aos berros de André Ventura.

Uma alternativa agregadora, que consiga somar e não dividir, sem medo de resgatar os mais jovens fartos deste vazio de futuro que se tornou Portugal mas alérgicos, e bem, ao discurso fascista e segregador destes radicais extremistas de direita.

Não tenho em quem votar...

É assim que me sinto, perdido na falta de liderança, de credibilidade e de personalidades que tem acometido a direita Portuguesa.

É esta a minha esperança, vaga e ténue, de um novo rumo, de uma nova vontade, de um novo discurso, de uma reinvenção que terá de passar por um novo partido visto que dificilmente alguém com estas características se quererá misturar com as pessoas que vi naquelas macabras convenções partidárias dos últimos dias.

Que venha a esperança...

De uma nova, "velha", direita.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

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