Eleições Na Madeira: Afinal Pode Ser Possível Uma Direita Sem Radicais…
Filipe Vaz Correia
As eleições deste domingo, na Madeira, trouxeram resultados interessantes e lições estimulantes para a vida política nacional...
A coligação PSD/CDS venceu as eleições, no entanto, ficou a 1 mandato da maioria absoluta o que levará a um alargar da coligação a outra força eleitoral para garantir a estabilidade naquela região autónoma.
Miguel Albuquerque e Luís Montenegro, logo após os resultados eleitorais, deixaram claro que jamais governarão com o apoio do Chega, mesmo neste surpreendente cenário de maioria relativa...
Esta posição traz consigo um sinal de credibilidade e confiança, não só para a região autónoma da Madeira como também para um quadro nacional, deixando assim pela primeira vez vincada a posição intransigente do PSD de não se aliar a radicais primitivos que usam a demagogia palaciana como "modus operandis" do seu dia a dia.
Fiquei surpreendido pela positiva, não tanto com Miguel Albuquerque mas essencialmente com Luís Montenegro que soube tomar este momento para marcar uma posição sobre o caminho que o PSD deve trilhar.
A IL, parceiro natural, e o PAN já se disponibilizaram para criar as condições para uma maioria estável na Madeira, deixando a porta aberta para um entendimento que creio será fácil e promissor.
Espero que daqui se criem bases suficientes para uma solução nacional, que possa não só criar os alicerces para uma maioria de centro direita, como para uma hipotética revitalização, muito complexa mas não impossível, do CDS.
Apesar do falhanço da maioria absoluta penso que este talvez tenha sido o melhor cenário para o PSD, não apenas na Madeira mas essencialmente a nível Nacional, dando uma imagem de intransigência para com os radicais da extrema direita e ao mesmo tempo permitindo o delinear de novas coligações que poderão demonstrar ao eleitorado novos caminhos para novos tempos.
Que esses novos tempos possam chegar a Portugal do Minho aos Algarves.
Filipe Vaz Correia