Está Portugal preparado para os Portugueses?
Triptofano!
Este ano por causa do Covid as férias de Verão (e todas as outras convenhamos) tiveram de ser repensadas, sendo que os Varaderos e as Saidias desta vida ficaram fora do leque de opções daqueles que gostam de torrar e, muitas vezes, infernizar ao sol.
Ficando os portugueses privados de encontrar pechinchas lá fora para colocarem no Instagram mais uma bandeirinha quando na realidade não saíram sequer da praia do hotel, viraram-se para o seu próprio país e fizeram uma descoberta digna de um prémio Nobel: o turismo rural, essa entidade que sofreu duplamente com o vírus. Primeiramente com os três meses de entrada de capital nula, e depois com a entrada corporal em massa do cidadão lusitano.
O problema é que o tuga vai ser sempre tuga, e aquela costela (ou será costeleta?) de chico-espertice vai sempre dar de si, e se o turismo rural não é propriamente uma pechincha o português arranja forma de o tornar mais acessível.
Caso 1: Casal aluga um quarto, informando que vai trazer uma filha pequena. Filha pequena é na realidade uma adolescente que ainda por cima vem com uma amiga. Casal leva colchão insuflável para o quarto porque o turismo rural é um conceito estagnado há muito tempo então toca de fazermos um cruzamento com glamping. Senhora encarregue de fazer as limpezas da quinta queixa-se que fazer aquele quarto é um inferno, porque ainda por cima há um canídeo a compartilhar os 12 metros quadrados.
Caso 2: Família aluga casa da piscina noutro turismo rural e consegue enfiar num sítio para 8 pessoas 15 marmanjos. Desde tios, primos, avós, cabe tudo lá dentro, que o convívio para ser convívio tem que ser tudo bem juntinho. Por alugarem a casa da piscina acreditam que a piscina é só para eles, e os outros hóspedes que se protejam de mergulhos à canhão ou de autênticos campeonatos de voleibol aquático. Repouso é um conceito com interpretações claramente diferentes, porque enquanto o comum hóspede quer estar na espreguiçadeira em paz e sossego, esta família coloca uma kimzobada em altos berros, e a Soraia Sofia ainda grita para por mais alto que não consegue ouvir por causa da otite causada pela água da piscina.
Estes são dois casos mas haveriam muitos mais que mostram que Portugal não está preparado para os portugueses. Que o vírus desapareça rapidamente porque se continuar por cá não há turismo que aguente.
Nota: Obviamente que o texto é uma sátira e que não representa a realidade no seu todo do turista português. Afinal eu não ia falar mal de mim mesmo não acham?