Hergé | Uma exposição para os fãs de Tintim (e não só)!
The Travellight World
Fotos: Travellight | Exposição Hergé, Fundação Calouste Gulbenkian
A par de Jules Verne, outro autor influenciou de forma decisiva o meu desejo de viajar e de conhecer o mundo. Esse autor foi Georges Remi, mais conhecido pelo pseudónimo Hergé.
Com o seu fantástico Tintim, Hergé transportou-me enquanto criança, por aventuras que iam do fundo do mar até ao topo das montanhas, passando até pela superfície da lua.
O destemido e jovem repórter belga resolveu casos na Islândia, Suíça, Reino Unido e Itália. Visitou a Rússia, a China, a Índia, a América, a Indonésia e tantos outros locais (reais e fictícios). Quem conseguia ler as suas aventuras e não se sentir compelido a cruzar o Saara ou a viajar até ao Peru?
Tintim fazia a viagem parecer fácil e, acima de tudo, excitante!
Apesar de conhecer bem a personagem, admito que sabia muito pouco sobre o seu autor, por isso foi bastante interessante visitar a exposição atualmente patente na Fundação Calouste Gulbenkian, que revela as diversas facetas da vida e obra de Hergé, um artista que passou não só pela banda desenhada, mas também pela publicidade, pelas artes plásticas e pelo desenho de moda.
Mais do que o universo Tintim, a mostra reúne uma grande seleção de documentos, desenhos, fotografias, pinturas, cartazes publicitários e várias obras que mostram as influências artísticas de Hergé – da pop art ao abstrato, passando pelo minimalismo.
Aspetos menos conhecidos (e menos simpáticos) da sua vida também são abordados, como por exemplo, a sua colaboração com a ocupação nazi da Bélgica: Hergé trabalhou praticamente todo o período da Segunda Guerra Mundial no jornal Le Soir, que tinha uma linha editorial fascista e anti-semita.
Gostei especialmente de ver as pranchas desenhadas a lápis e de descobrir todo o processo de criação dos livros.
Surpreendi-me, por já não me recordar, de como estereotipados eram os personagens estrangeiros que Hergé desenhava… claramente uma herança da sua época.
A exposição está patente na Fundação Calouste Gulbenkian até dia 10 de janeiro de 2022.