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sardinhaSemlata

Um espaço de pensamento livre.

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17.05.21

Israel E Palestina: Uma Terra De Sangue...


Filipe Vaz Correia

 

 

 

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Desde tenra idade que a política e as conversas fluíam pela casa de meus pais, e eu sempre atento, fazendo parte delas...

Nesse entrelaçado de opiniões e conhecimento, o problema Israelo-Palestiniano sempre foi um dos assuntos mais discutidos à mesa, daqueles temas que davam uma tarde de conversa e explicação.

O meu Pai sempre foi pró Israelita, justificando esse sentido com a posição geopolítica do País  Hebraico, a sua tensa relação com todos os seus vizinhos e acima de tudo com o facto de considerar a OLP um conjunto de terroristas que havia estado por trás de vários atentados, como por exemplo o dos Jogos Olímpicos de Munique.

Sempre bebi ali os argumentos que formaram a minha opinião, esse sentido critico que levava à compreensão da posição Israelita.

Admito que, para irritação de meu pai, em pequeno e apesar de todas as explicações, não conseguia não me fascinar pela figura de Arafat e do seu Keffiyeh xadrez.

Com o passar dos anos fui observando o cenário com os meus próprios olhos, olhando atentamente para os protagonistas deste trágico conflito, por entre, Intifadas e promessas de paz...

Nada resultou.

Em Washington, na Casa Branca, em 1993, patrocinados por Bill Clinton, acreditei que poderíamos estar perante o verdadeiro momento Histórico que durante décadas tantos ansiavam...

Isaac Rabin, Yasser Arafat, com Clinton entre eles, assinavam um tratado de paz que poderia levar à tão prometida convivência entre estes povos, uma imensa esperança que parecia invadir as ruas de Telavive e Haifa, de Gaza à Cisjordânia.

O aperto de mão entre Rabin e Arafat prometia revolucionar o Médio Oriente.

 

 

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E num pequeno momento tudo mudou...

Sinceramente acredito que o assassinato de Isaac Rabin foi o principio do fim da esperança para uma razoável solução entre Israelitas e Palestinianos, naquele momento foi amputada essa esperança de paz.

O assassino foi nada mais do que um jovem Judeu, ultra-ortodoxo, vindo desse mundo de colonatos, radicais, incapazes de ver na paz com os Palestinianos uma solução para o futuro.

O mundo ficou chocado, os Israelitas ficaram chocados, os Palestinianos ficaram chocados.

No enterro de Rabin, quase todos estiveram presentes, Arafat apesar de não estar fisicamente manifestou o seu pesar num gesto que poderia demonstrar que a semente não havia sido estripada, que os esforços por um mundo melhor continuariam naquele pedaço de terra...

Infelizmente não.

Nem Shimon Pérez conseguiu dar continuidade ao trabalho de Rabin, sendo que o rumo da política Israelita foi endurecendo à medida que a opinião pública foi sendo envenenada com o aparecimento do Hamas, do ideólogo Sheikh Yassin, que com a sua política de atentados desde a faixa de Gaza conseguiriam carregar de ódio e sangue o dia a dia Israelita.

Esse momento aliado ao crescimento dos radicais ortodoxos na política Israelita dinamitaram qualquer tipo de possibilidade de encontros entre estes dois povos.

A brutalidade Israelita foi crescendo ao longo do tempo, até chegarmos a Bibi Netanyahu, um primeiro-ministro corrupto, condenado em tribunal, que se mantém amarrado ao poder através de estranhos subterfúgios legais, e que levou o Likud, partido histórico da Direita Israelita, para as mãos dos ultra-ortodoxos, oriundos na sua maioria dos colonatos em terras fronteiriças, radicalizando assim a política de Israel.

Chegados aqui assistimos nos últimos tempos a este massacre na Faixa de Gaza e na Cisjordânia, com Israel a responder aos rockets do Hamas com uma autêntica carnificina humana, num desproporcionado acto de horror.

Não sou hoje o mesmo, não vejo hoje este conflito com o mesmo prisma, olhar, antes pelo contrário, pois acredito que com Mahmoud Abbas existiu um período onde teria sido possível ao Governo Israelita unir esforços com a Fatah, ostracizar o Hamas e criar uma solução para o futuro...

Mas Netanyahu nunca o quis, o cada vez mais relevante voto ortodoxo nunca o permitiu, e assim caminhamos para esta tragédia  anunciada.

Não posso esquecer o envolvimento da administração Trump, assim como o do Governo Iraniano, em campos opostos da barricada e que contribuíram e muito para o alastrar deste horror.

Espero estar enganado mas acredito que este tipo de massacre e carnificina se irá agravar, contribuindo para uma escalada de violência na região, Médio Oriente, de proporções inimagináveis.

Deus queira que esteja  enganado.

Deus queira...

O meu Deus e O deles.

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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