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sardinhaSemlata

Um espaço de pensamento livre.

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13.02.23

Judite Sousa: Dor E Amor...


Filipe Vaz Correia



 

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Assisti à entrevista da Judite Sousa ao Daniel Oliveira no Alta Definição, neste fim de semana, num misto de curiosidade e de compreensão.

Uma hora de horror, de empatia, de asfixia e de um infinito amarrar de alma que não cala.

No meu caso, imaginava a minha mãe naquele lugar, ali sentada, desprotegida, entregue aos desmandos de outros, sem que eu pudesse intervir...

Outros imaginarão que o André fosse o seu filho, outros ainda que a Judite fosse a sua filha, e os restantes provavelmente nada imaginariam.

O que  mais me revolta são aqueles que imaginando tudo o que descrevi, ousaram lucrar com esta morte, com os sórdidos detalhes de uma tragédia, com os pedaços vendidos de um jovem anónimo.

Juro que olhava para a Judite e imaginava...

E se fosse a minha Mãe?

E isso toldava a emoção, a capacidade de singelamente controlar as lágrimas, assim como, a incerteza deste novelo em que vivemos.

Uma mulher destroçada, sem reparação, sentada diante de um entrevistador, desnudada na dor, entregue a uma verdade que para si era mais importante do que a própria vida.

Reparar o bom nome do seu filho, resgatar o direito à sua dor, numa singela despedida da vida.

Foi o que esta entrevista me pareceu, uma despedida da Judite de Sousa de uma espécie de tabuleiro onde jamais voltará.

Qual será o nome deste tabuleiro?

Vida?

Deus queira que esteja enganado.

De uma coisa estou certo...

A vida é suficientemente efémera para que a possamos desperdiçar.

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

 

 

 

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