O Primeiro-Ministro António Costa e o Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa convidaram o Presidente Lula Da Silva para estar presente no 25 de Abril deste ano, não na cerimónia solene mas em festejos paralelos que se cumprirão durante este dia...

Ao contrário de alguns comentadores, em especial o João Miguel Tavares, não me parece despropositado, antes pelo contrário, julgo mesmo que Lula da Silva é uma figura que se enquadra dentro do perfil dos "senhores" de Abril.

Olhar para Otelo Saraiva de Carvalho, Melo Antunes, Vasco Gonçalves ou Vasco Lourenço, faz compreender o perfil e o enquadramento de Lula da Silva, faz entender o apoio deste, ao longo do tempo, a Chavez, Maduro, Putin e Fidel, logo fazendo justiça a algumas destas figuras que insistimos em misturar com a palavra liberdade.

Quem aqui me lê sabe que defendi a eleição de Lula Vs Bolsonaro, e voltaria a o fazer pois a mediocridade plasmada em Bolsonaro e seus perigosos apoiantes, fanáticos religiosos, terraplanistas, ignorantes e boçais, é factor mais do que suficiente para apoiar alguém que tantas vezes desprezo e outras tantas repúdio.

O que me fez apoiar Lula é um resquício de humanidade, presa aos seus gestos e seu olhar e que sobram como rastilho de esperança numa disputa contra a irracionalidade primária.

Isso não retira o que sempre pensei dele, do seu populismo esquerdófilo, a sua capacidade para mentir, o enredo de negócios em que se transformou o PT desde a chegada ao poder.

Mas apesar disso, o que difere Lula de alguns dos mais importantes nomes do 25 de Abril?

Diria que Lula é melhor...

Se Otelo, Melo Antunes, Vasco Lourenço, Álvaro Cunhal, só para nomear alguns, tivessem podido tomar o poder muito provavelmente não teríamos hoje imprensa livre, iniciativa privada, propriedade privada ou direito a expressar a nossa opinião.

Por isso acho que Lula se encaixa, não pelo que imprimiu no Brasil mas pelo singularidade daqueles que ele sempre apoia...

Ditadores sanguinários, de perfil de esquerda, capazes das maiores atrocidades em nome do seu "povo", numa agenda de "liberdade" do colectivo versus o capitalismo.

Tudo certo num guião risível.

Enfim...

Lulas de escabeche no 25 de Abril,  enquanto, todos continuamos à espera desses amanhãs que cantam.

Filipe Vaz Correia