Necrologia
O ultimo fecha a porta
Desde que me conheço que ao domingo o meu pai compra o Jornal de Notícias. Mesmo na pandemia, o meu pai saía de casa para ir à papelaria. Hoje ao folheá-lo, chamou-me a atenção uma coisa: a meia página destinada à Necrologia está vazia.
Qual a relevância deste tema?
Vem ilustrar mais uma vez de como o mundo muda. As pessoas continuam a morrer, mas um clique no "Partilhar" do Facebook custa zero. Uma retângulo no jornal custa umas boas dezenas de Euros. A eficácia é também diferente. Uma partilha no meio dos nossos "amigos" chega a quem queremos que chegue. No jornal, só aos seus leitores.
E assim, a imprensa escrita continua a perder fontes de receita.
PS.: Na semana passada escrevi sobre bullying. Esta semana, uma jovem de 15 anos levou com um paralelo na cabeça de outra colega estando em coma vegetativo. Em Torres Novas, uma criança de 6 anos foi agredido por colegas. No segundo caso, mais uma vez, o silêncio protetor da direção da escola aconteceu. E isto é o que se sabe. Repito a pergunta: até quando?