O Cão Do Meu Avô…
Filipe Vaz Correia
Quantas vezes terás de correr;
para encontrar aquele dono,
esse receio de esquecer,
uma imagem, um sonho;
um amigo...
Quantas voltas terás de dar;
para perceber que se foi,
que acabou por morrer,
aquele afago ao entardecer,
aquela presença a aquecer,
esse pedaço da tua alma...
Desespero ou loucura;
entre um latido, soluçar;
um olhar de ternura,
que acabará por encontrar,
a derradeira resposta...
Fidelidade sem preço;
nessa palavra ou amor,
buscando esse pedaço de apreço,
que se tornou nessa amizade...
Era assim o cão do meu avô;
que tentou vencer a morte,
desse dono que sempre amou,
até à eternidade...
E nessa eternidade certamente reencontrou;
aquele amigo de sempre.