Esta semana terminamos "enlatados" com a descoberta inédita em Portugal de um plano firme para um assassinato em série. Muito se escreveu e se vai escrever nos próximos dias, até com o Presidente da República a dar o ar de sua graça!

Vou passar à frente o arsenal que foi encontrado no apartamento (é recorrente agressores de violência doméstica terem igualmente artilharia em casa), bem como o facto de plataformas como OLX terem este tipo de materiais à venda e vou focar-me nos antecedentes de bullying que podem "justificar" a revolta deste jovem.

Aqui há tempos, num blog, alguém dizia que "bullying" é o estrangeirismo e a forma moderna de se dizer "andar à porrada" na escola. Na altura, contestei. Bullying é muito mais que levar porrada. E é essa negligência e desvalorização que leva a suicídios, traumas e perturbações macabras como a que assistimos nas últimas horas.

Bullying é a violência física, verbal, psicológica e cibernética em quem um elemento mais forte se impõe a outro.

Neste pós confinamento, dois vídeos foram postos a circular de duas escolas públicas em que um jovem filma outros a agredir um mais indefeso. Jovens com idade para ter juízo e que sabem o que estão a fazer. Uma das consequências foi o silêncio da escola do Entroncamento.

Em vez de dar o exemplo, condenar o caso, defender os mais fracos e promover o fim deste flagelo, preferiu o silêncio. O silêncio é proteger o agressor. O silêncio é contribuir para que haja impunidade. O silêncio é evitar casos futuros. 

Hoje foi o João que levou o caso ao pior extremo de todos. Haverá mais Joões?

Por falar nisto, as CNN's e CMTV's, quais corvos/abutres, foram a correr entrevistar o avô, coitado, que estava em choque e nem sabia o que dizer. O que estão a sentir aqueles pais? Aquela família?