O Porto Está A Arder...
Filipe Vaz Correia
O F.C. Porto está a arder, num rodopio de instabilidade que faz recordar outros tempos, noutros clubes, entregue ao desvario de alguns adeptos, submerso em problemas financeiros, sufocado em falta de qualidade no seu plantel e equivocado na inexperiência do seu treinador...
André Vilas Boas quer mudar o F.C. Porto, trazer uma nova aragem de democracia e princípios a um clube durante muitos anos entregue a uma autocracia indesmentível, porém os resultados desportivos poderão ser um inultrapassável obstáculo aos seus intentos.
A sombra de Pinto da Costa será eterna, a sua influencia e poder dentro da memoria do clube será eternamente presente, justamente presente, no entanto, sem inteligência emocional André Vilas Boas não será capaz de enfrentar o futuro e para isso terá de ter a coragem de caminhar em frente sem receio de nada...
Sair do Estádio do Dragão para vir dar explicações aos Super Dragões que instantes antes haviam atirado tochas, petardos e pedras ao autocarro do clube, é não só um erro como uma fogaça de esperança para aqueles que o odeiam.
Este tipo de atitude não lhe confere um legado de consenso, antes pelo contrario, irá permitir que este gesto seja visto como um acto de fraqueza perante aqueles que serão sempre a sua oposição, os que desejam o caos ao invés do sucesso.
Varandas, Presidente do Sporting, teve também o seu calvário durante os primeiros anos, enfrentou Assembleias Gerais e insultos, ameaças e tentativas de agressão...
Nunca cedeu, nunca saiu para conversas com os agitadores a não ser em sede própria e com isso ganhou, no meio do turbilhão, respeito e compreensão da maioria dos Sportinguistas e acima de tudo passou o sinal para aqueles que contribuíam para essa agitação de que não se voltaria atrás, não existiriam cedências, não voltariam a mandar no clube.
O Porto está a arder e este tipo de situação cada vez fragiliza mais treinador e equipa, degrada o ambiente no clube e entre a massa associativa, deixando antever tempos de instabilidade e fragilidade para os lados do Dragão.
Nesta disputa férrea ou vencerão os novos tempos, ou vencerá um passado que se tornou bafiento e marginal...
Alea jacta est!
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Filipe Vaz Correia