Onde pára o jornalismo de investigação?
UmAnónimo
Todos os anos, há incêndios em Portugal. Alguns são notícia, outros não. Uns causam danos materiais, outros colhem vidas. Infelizmente, é já um dado adquirido. Todos os anos há campanhas de limpeza das matas. Todos os anos há avisos à população. E no rescaldo, todos os anos, são apontados dedos.
Na maior parte dos casos, há uma conclusão veículada por quase todos os entrevistados. "Isto é fogo posto"! Mas, porquê? Bem, aí já não há consenso. Pode ser o maluquinho da aldeia, podem ser os madeireiros (nunca percebi porquê...), as imobiliárias, e este ano são as companhias mineiras.
Não digo que sejam ou não. Não sei. Mas, já não há jornalismo de investigação? Daquele sério, que fala com as pessoas (e não fica à espera de um telefonema de um qualquer juiz, ou procurador, ou advogado), que vá aos locais, e que investigue? Que compare pedidos e/ou negócios com a área ardida?
Sinceramente gostava, de uma vez por todas, de saber porque arde Portugal todos os anos. É mesmo fogo posto (e serve que interesse)? É desleixo dos proprietários? É culpa do governo? É um fenómeno natural?
Espero que alguém o faça, até para se poder preparar os anos seguintes.