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sardinhaSemlata

Um espaço de pensamento livre.

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20.12.22

Os espertos e os tontos


marta-omeucanto

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"Quando os espertos só veem lucro e os tontos só veem preços baixos, eles ganham e nós só temos a perder."

 

Li isto a propósito de uma das marcas de moda mais populares de 2022, sucesso para o qual todos nós, consumidores, contribuímos, apesar da controvérsia, e de toda a informação que nos chega regularmente, sobre a exploração laboral e impacto ambiental negativo.

 

Sejamos honestos: apesar de, eventualmente, até tentarmos adquirir bens e produtos nacionais, que respeitem o ambiente, que tenham boa qualidade, de marcas e empresas que tratam os seus funcionários como colaboradores, e não como escravos, a verdade é que, quando olhamos para a discrepância entre os preços, nem sempre o bom senso leva a melhor. 

Sobretudo, nos tempos que correm, com a crise que o mundo atravessa.

 

Se somos nós, consumidores, os únicos que podemos mudar isso?

Acredito que sim.

Se ninguém comprar, ninguém vende.

Mas é difícil dizer a alguém para não comprar determinado produto (com tudo o que de mau, directa ou indirectamente, o envolve) por cerca de 20 euros, para comprar antes outro, muito mais sustentável, amigo do ambiente e respeitador dos direitos humanos, por cerca de 70 euros.

 

Isso seria bom para quem pode.

Para quem tem poder de compra.

Não para o público-alvo destas marcas, que nos colocam à frente produtos que, fazendo basicamente o mesmo efeito, são pechinchas a que não conseguimos resistir.

E se, até mesmo quem tem dinheiro para outro tipo de produtos, faz questão de publicitar e comprar nestas marcas...

 

Como é óbvio, sabemos bem que, à custa de disso, são as marcas, "os espertos", que enriquecem cada vez mais.

Já nós, "os tontos", ficamos todos contentes com os produtos adquiridos, porque o que conta é o prazer e a poupança imediata.

A verdadeira factura, essa pagaremos mais tarde.

E, se calhar, só então perceberemos se, realmente, ficámos a ganhar, ou a perder.

Mas talvez já não estejamos cá nessa altura, e sejam os nossos descendentes a herdar a dívida, e a sofrer as consequências.

 

 

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