Pedaços De Zeus
Filipe Vaz Correia
Oiço o barulho do mar, ao longe o farol da Berlenga, o bater das ondas na rocha, essa inquietante persistência de uma singela e singular beleza.
O céu, de noite, límpido e brilhante, pejado de estrelas, uma estrela cadente...
As luzes ao longe, muito ao longe de estradas e casas, a praia e a lagoa, os pescadores no areal.
O mês de Agosto servindo o verão como prato principal, dias esplendorosos nesta Foz do Arelho mágica, por entre, neblina e sol...
Escrevo na varanda sentindo o mar, ouvindo o mar, cheirando o mar, nesta minúscula partícula que sou, um pedaço de alma na tela do Universo.
Se procurar um sentido para tudo isto, talvez este pudesse ser descrito por palavras, uma aguarela numa qualquer tela do Olimpo, talvez esta Foz, este mar, esta sensação pudesse preencher os requisitos de Zeus...
De Deus.
Eu aqui me mantenho a contemplar esta leveza transcendental, esta beleza inigualável por entre a força do oceano, o brilho da lua e a silenciosa força deste ar carregado de sal.
Sem mais palavras...
Com amor;
Filipe Vaz Correia