Política 3.0
UmAnónimo
Assisti ontem ao novo programa do Guilherme Geirinhas "pedro, és um bom partido". Confesso que gosto desta (nova) forma de estar e de fazer política. Gosto do Ricardo Araújo Pereira, gosto do "5 para a meia noite". Gosto desta forma de apresentar e conhecer os candidatos num formato menos tradicional e mais irreverente, sem que o tema seja só o programa eleitoral, mas permitindo conhecer um pouco os candidatos. Gosto das perguntas fora do padrão, e do gozo, muitas vezes consigo próprios. Num momento em que as eleições se transformaram mais numa partida de futebol com as suas claques e menos num espaço de análise de programas e decisões conscientes, estes programas trazem uma nova visão da política. Permitem conhecer a pessoa, para além do líder partidário.
Por vezes acho que vão longe demais. Que roçam a brejeirice. Mas continuo a gostar. Porque não basta debitar slogans e chavões. É preciso poder de encaixe e capacidade de brincar com algumas das suas características.
É óbvio que cada apresentador tem as suas tendências. Uns escondem-nas melhor do que os outros. Mas até isso é bom. Acontece o mesmo nos debates e nos programas televisivos mais a sério. Não é um monólogo, mas um diálogo. E um diálogo tem sempre dois ou mais participantes.
A política não tem que ser chata. Não tem que ser só para os velhos. Está na altura de perceber que nos afeta a todos. E todos temos que participar e ter voz ativa. E estes programas abrem a política a outra geração, a outros públicos.
Consigo aceitar que o método eleitoral esteja errado. Seja de Hondt ou outro. Seja por círculos uninominais, ou voto em bloco. Comece o voto aos 16, 18 ou 21 anos. Eleja-se diretamente o Primeiro Minstro ou não. Votação digital ou presencial. Voto obrigatório ou facultativo. São tudo discussões que se podem ter. Mas curiosamente, são discussões que estão sempre no tempo errado. Essa discussão deve ser tida, fora do período eleitoral, e não nesse período.