Passado exatamente  um mês, retomo o temo do assédio. 

Bem ... quando há vontade e determinação tudo se consegue. A Justiça desportiva surpreendeu-me pela rapidez nada comum em formalizar e detalhar a acusação de um treinador e diretor de assédio sexual. Faz-me lembrar a nossa desculpa da falta de tempo para aquilo que nos convém. Quando queremos, arranjamos sempre tempo.

No meu post inicial, levantei algumas dúvidas sobre o que era o assédio e se não se estava a cair no exagero por ser um tema da moda.  O meu último ponto foi "tenho sempre muita cautela neste tipo de questões, porque cada um dá ênfase que lhe convém às palavras e não gosto de julgamentos precipitados."

Li o longo comunicado e agora sim posso tirar conclusões.

Há situações graves como alguns comentários impróprios às pernas das jogadores, toques não consentidos, o uso de palavras com teor sexual, pressão sobre as jogadoras (miúdas de 18 anos), enquanto que outras situações não me parecem ter relevância (parece mais um "engate"). Claro que é apenas a minha opinião.

Neste linchamento público do treinador, em que as suspensão de 3 anos deve ser o menor dos problemas, houve muitas acusações e não se ouviu a defesa do treinador. Por um lado não se quis ouvir e por outro, numa entrevista televisiva, limitou-se a palavras vagas. Será isso uma assunção de culpa? (um outro treinador também foi acusado de xenofobia por não ter colocado uma jogadora brasileira a jogar, pelos vistos namorada de outra jogadora do plantel - por isso é sempre importante ouvir as duas partes).

Um outro dirigente foi igualmente suspenso. As conversas de cariz sexual partindo de um diretor e sobretudo uma mente perversa e muito preconceituosa leva-me a perguntar: que tara motiva estas pessoas a estarem no desporto? 

Em ambos os casos, pareceu-me pela dimensão das penas e pela celeridade que procurou dar penas exemplares...

Porém, não deixo de colocar a questão: se estas declarações foram, e bem, consideradas assédio, o que serão as milhares de alarvidades que se lêm nas redes sociais diariamente? Quantos comentários preconceituosos se lêm por aí?